Estugarda, Alemanha, 03 abr (Lusa) -- O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, advertiu hoje que a NATO defenderá os seus aliados contra qualquer agressão russa, ao intervir na tomada de posse do novo comandante das forças aliadas na Europa.
A NATO vai "manter a porta aberta à Rússia" para a cooperação em desafios globais à segurança, mas Moscovo deve abandonar a linguagem ameaçadora, disse Carter.
"Cabe ao Kremlin decidir. Não queremos uma guerra com a Rússia, não queremos fazer da Rússia um inimigo. Mas que fique claro: defenderemos os nossos aliados, a ordem internacional baseada em regras e o futuro positivo que nos permite", disse.
Ashton Carter falava na cidade alemã de Estugarda, na cerimónia de transferência de comando para o general Curtis Scaparrotti, comandante das forças dos Estados Unidos na Coreia do Sul e, a partir de hoje, comandante supremo da NATO na Europa.
Scaparrotti sucede ao general norte-americano Philip Breedlove, naquelas funções desde maio de 2013.
As tensões ocidentais com a Rússia assentam na campanha aérea russa de apoio ao regime de Bashar al-Assad na Síria e no apoio dado aos rebeldes separatistas do leste da Ucrânia, que culminou na anexação da península da Crimeia em março de 2014.
Desde o conflito na Ucrânia, a NATO estabeleceu nos seus membros do Leste europeu uma força de reação rápida, um comando avançado e centros logísticos.
Na semana passada, a Alemanha anunciou estar a avaliar o envio de tropas para a Lituânia no âmbito de uma missão da Aliança Atlântica para reforçar o flanco leste.
Numa breve intervenção, Scaparrotti afirmou que a NATO se confronta com "desafios à lei internacional" pela Rússia na Ucrânia e na região separatista georgiana da Ossétia do Sul.
"Enfrentamos também a ameaça imediata que o terrorismo representa, como o mundo testemunhou nas recentes tragédias de Bruxelas, Paris e Ancara", disse.
"E enfrentamos um afluxo significativo de migrantes e de refugiados que desafiam o tecido social da Europa", acrescentou.
A NATO tem uma operação no Mar Mediterrâneo para impedir as embarcações de migrantes que partem da Turquia de chegar às ilhas gregas e a Itália já pediu uma operação semelhante ao largo da Líbia.