Cidade do México, 02 set (Lusa) -- Um ex-polícia foi acusado pelo Ministério Publico mexicano por alegado envolvimento no homicídio de um fotógrafo e de quatro mulheres no passado dia 31 de julho na Cidade do México.
O Ministério Público mexicano informou em comunicado que acusou formalmente o indivíduo, identificado pelo nome de Torres Tranquilino, pela sua suposta participação nos crimes de homicídio e roubo, escreve a agência Efe.
A 31 de julho, os corpos do repórter fotográfico Rubén Espinosa, da ativista Nadia Vera e de outras três mulheres foram encontrados num apartamento na capital mexicana com feridas de bala e sinais de tortura, um caso que tem causado grande comoção no México.
Pelos seus trabalhos como jornalista e ativista, Espinosa e Vera saíram, meses antes da sua morte, do estado de Veracruz após terem revelado que foram alvo de ameaças.
Ruben Espinosa, de 31 anos, trabalhava na revista `Proceso`, no jornal `AVC Noticias` e na agência `Cuartoscuro`, todas pertencentes ao Estado de Veracruz, no Golfo do México.
De acordo com a agência noticiosa Efe, a morte do jornalista aconteceu depois de ter sido vítima de vários ataques, desde junho, altura em que denunciou às autoridades as ameaças de morte que sofria.
O presidente da SIP, Gustavo Mohme, disse à Efe que "o assassinato de Espinosa é um grave sinal da decadência e da violência que afeta o México e os jornalistas em particular", considerando lamentável o sucedido no local "onde ele [Ruben Espinosa] procurou refúgio para salvaguardar a sua integridade física".
Claudio Paolillo, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, criticou o "mecanismo ineficiente e fraco do México para proteger os jornalistas e o desempenho dos defensores dos Direitos Humanos."
Este ano já foram assassinados no México três outros jornalistas: Filadelfo Sánchez Sarmiento, do Estado de Oaxaca, Armando Saldaña Morales e Moisés Sànchez Cerezo, ambos de Veracruz.