Brasília, 29 jul (Lusa) - O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi hoje constituído arguido por tentativa de obstrução à justiça no âmbito da Operação Lava Jato, anunciou fonte judicial.
A medida inclui outras seis pessoas igualmente constituídas arguidas, designadamente o ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, o advogado Edson Ribeiro, o ganadeiro José Carlos Bumlai e o filho deste, Maurício Bumlai.
São todos acusados de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Na decisão divulgada hoje, o ex-Presidente do Brasil torna-se arguido na Operação Lava Jato pela primeira vez.
O caso já tinha sido denunciado pelo Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, em dezembro, mas, como entretanto Delcídio do Amaral deixou de ter foro privilegiado ao perder o cargo de senador, o caso foi enviado do Supremo Tribunal Federal (STF), onde são investigados os políticos com foro privilegiado, para a Justiça Federal do Distrito Federal.
Com a mudança de instância na Justiça para Brasília, também determinada pelo facto de o crime ter alegadamente ocorrido na capital do Brasil, o Ministério Público foi acionado e teve de confirmar a denúncia prévia do PGR, algo que aconteceu a 21 de julho.
Segundo um comunicado do Ministério Público Federal (MPF) de então, todos "são acusados de agirem irregularmente para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato".
"Além de confirmar os elementos apresentados, o procurador da República Ivan Cláudio Marx faz acréscimos à peça inicial, com o objetivo de ampliar a descrição dos fatos e as provas que envolvem os acusados", lê-se no texto do MPF, sem adiantar mais dados.