Ex-primeira-ministra da Tailândia diz que junta militar lhe exige mais de 900ME

por Lusa

Banguecoque, 21 out (Lusa) -- A ex-primeira-ministra da Tailândia Yingluck Shinawatra denunciou hoje que a junta militar que agora governa o país lhe exige 35.000 milhões de baht (mais de 900 milhões de euros) por prejuízos de um programa de subvenção do arroz.

Yingluck Shinawatra, que governou entre 2011 e 2014, fez a revelação antes de entrar para o Supremo Tribunal, onde é julgada por negligência, arriscando ser condenada a uma pena de dez anos de prisão, por causa dos prejuízos de um plano de subvenções que implementou e que consistia na compra de arroz aos agricultores a preços acima dos praticados no mercado.

O Governo da ex-primeira-ministra armazenou o arroz comprado na expetativa de que os preços aumentassem, mas o produto acabou por desvalorizar no mercado internacional e a Tailândia perdeu a liderança como principal exportador mundial de arroz.

Segundo a Comissão Nacional Anticorrupção, o plano resultou em prejuízos na ordem de 600 milhões de baht (cerca de 16 milhões de euros), fomentou a corrupção e causou danos aos agricultores devido ao atraso nos pagamentos.

Yingluck Shinawatra, que dirigiu o Governo tailandês até ser destituída pelo Tribunal Constitucional em maio de 2014, chegou a estar detida depois do golpe militar ocorrido dias depois.

Numa breve declaração aos jornalistas, a ex-chefe de Governo indicou hoje que todos os seus bens foram congelados pela mesma ordem que exige essa compensação, emitida há dois dias, que qualificou de "ilegítima" e "injusta" e a que, garantiu, se irá opor através de todos os canais legais.

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