Grandes Lagos dizem que crise política na RDCongo continua preocupante

por Lusa

Luanda, 28 nov (Lusa) - O secretário executivo da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) afirmou hoje em Luanda que a situação política e militar na República Democrática do Congo (RDCongo) continua preocupante.

Zachari Muita abordou hoje a situação naquele país vizinho de Angola com o ministro da Defesa angolano, João Lourenço, e em declarações à imprensa referiu que o acordo assinado entre o Governo da RDCongo e grupos opositores foi um bom passo, mas a situação ainda preocupa, por não ter sido subscrito por todas as forças políticas.

"Continuamos a observar algumas diferenças que só podem ser resolvidas através do diálogo. A falta de diálogo só piora a situação", frisou Zachari Muita.

Citado pela agência noticiosa angolana, Angop, o responsável avançou que a RDCongo tem ainda muitas forças contestatárias, que continuam a combater o Governo, criando muita instabilidade na região.

O "diálogo nacional" na RDCongo, em que não participou a oposição, deu "luz verde" a 17 de outubro, ao acordo para adiar as eleições presidenciais no país para 29 abril de 2018, após várias semanas de contestação na rua.

O acordo pretende manter no cargo o Presidente do país, Joseph Kabila, cujo mandato termina a 19 de dezembro e que a Constituição proíbe de se recandidatar. Prevê a criação de um novo Governo, com o posto de primeiro-ministro a ser entregue a uma pessoa da oposição, mas é considerado bastante frágil porque o principal grupo da oposição boicotou as negociações.

Segundo o secretário executivo da CIRLG, organização presidida por Angola, os Estados-membros continuam a encorajar e a aconselhar todas as forças envolvidas no conflito a rubricarem o acordo, com vista a alcançar-se uma solução pacífica e duradoura na RDCongo.

Em outubro, Luanda acolheu a VII cimeira de chefes de Estado e de Governo sobre o Mecanismo Regional de Supervisão do Quadro de Paz, Segurança e Cooperação para a República Democrática do Congo e Região dos Grandes Lagos.

Depois da cimeira, uma delegação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que visitou a RDCongo, este mês, deslocou-se igualmente a Angola, para análise com as autoridades angolanas da crise política naquele país vizinho.

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