Guiné-Bissau: "Podem-se estar a gerar tensões que resultem em novo golpe de estado"

por João Fernando Ramos

Baciro Djá tomou esta sexta feira posse como primeiro-ministro da Guiné-Bissau sem que o governo anterior assuma que saiu do poder.
Felipe Pathé Duarte acredita que se podem "estar a gerar tensões que resultem em novo golpe de estado".

A cerimónia de tomada de posse do novo governo decorreu sem incidentes, apesar dos protestos do PAIGC, que venceu as últimas eleições.
No Jornal 2 Felipe Pathé Duarte lembra que "estamos a falar de um primeiro-ministro que está a ser nomeado sem qualquer legitimidade".
O analista de política internacional diz que "a comunidade internacional tem o dever de encontrar financiamento para que o país possa realizar eleições legislativas".
De lembrar que o o presidente da república optou por nomear um novo governo depois de um impasse político no país invocando o facto de a Guiné-Bissau não ter disponibilidade financeira para pagar uma nova consulta popular.
O porta-voz do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo teme que o país "volte a ser tomado por redes de crime organizado e de narcotráfico". Não existindo um estado forte e organizado, e "existindo um conjunto de interesses", garante "há margem para que a Guiné-Bissau se torne a prazo um narco estado", o que "não é do interesse da comunidade internacional, mas também não é do interesse de Portugal", com quem o país tem laços muito estreitos.
pub