Hillary Clinton vista como vencedora do debate presidencial

por RTP
Joe Raedle - Reuters

O primeiro de três debates presidenciais entre Hillary Clinton e Donald Trump, visto por milhões de pessoas em todo o mundo, saldou-se por uma vantagem da candidata democrata sobre o adversário republicano. Pelo menos de acordo com a generalidade da imprensa internacional.

Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 100 milhões de pessoas tenham assistido àquele que foi um dos debates mais populares na história da política norte-americana. O confronto adquiriu especial atenção não só devido à polémica gerada em torno dos argumentos de Donald Trump, como também pelo facto de Hillary Clinton ser a primeira mulher a pisar o palco do debate presidencial.

Após a abertura de várias votações sobre quem terá ganho o debate, Clinton aparenta ser a vencedora. Segundo a sondagem da CNN, 62 por cento dos inquiridos concordam com a vitória. O diário norte-americano The New York Times afirma que a candidata presidencial “dominou a troca de argumentos” com o seu adversário acerca de temas como a “segurança nacional e questões de género”. É destacado o facto de Clinton ter dito aos eleitores que “não podem confiar a Trump armas nucleares” e que o adversário “desrespeita as mulheres”.

Paulo Jerónimo, Manuel Oliveira - RTP

São também realçadas as diversas interrupções que o candidato fez ao longo dos 90 minutos de debate enquanto Clinton discursava, tendo sido chamado várias vezes à atenção pelo moderador do discurso, Lester Holt. The New York Times afirma ainda que Trump “demonstrou uma frequente impaciência e inexperiência política”, ao contrário da adversária, que suportou com firmeza as acusações sofridas. O tom de voz elevado que o republicano utilizou em vários momentos do discurso, “quase gritando”, contrastou com o “tom calmo” da rival.
Na Europa

O diário britânico The Guardian parece ir de encontro à opinião da imprensa de referência dos Estados Unidos, tendo concluído que “Clinton utilizou como armas as palavras de Trump”. A preparação da candidata fez com que os argumentos do opositor ripostassem e enfraquecessem a sua posição.

James Athey, gerente de investimentos no grupo Aberdeen Asset Management, afirma que o peso mexicano subiu devido à vantagem de Hillary Clinton no debate, algo que não aconteceria se os norte-americanos mostrassem preferência pelo republicano. Aaron Jett, vice-presidente da Global Equity Research, declara que “o mercado quer que Hillary ganhe” e que a candidata se saiu “bem o suficiente para o sustentar por agora”.


O diário espanhol El País menciona, porém, que “nenhum dos candidatos cometeu erros que pudessem desequilibrar a campanha” até agora “igualada”. Afirma ainda que, apesar da aparente vantagem de Clinton, os 42 dias de campanha que ainda restam podem ser decisivos para a tomada de decisão dos eleitores.

Entre os espectadores do debate há quem acredite que a vantagem de Hillary Clinton pode não ser suficiente para desmotivar os apoiantes de Trump, pelo que este poderá continuar a afigurar-se um forte candidato à Casa Branca.
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