Jeremy Corbyn reeleito líder do Partido Trabalhista britânico

por RTP
Corbyn foi alvo de duras críticas por parte de vários militantes nos últimos 12 meses Peter Nicholls - Reuters

Corbyn venceu o rival Owen Smith com uma larga margem, detendo 61,8 por cento dos votos. É o segundo mandato deste líder partidário, dirigente da oposição britânica.

Jeremy Corbyn conquistou mais um mandato à frente do Partido Trabalhista britânico, alcançando esta vitória com uma margem bem mais confortável do que as últimas eleições partidárias, em 2015.

O líder trabalhista prometeu voltar a unir o partido e acredita ser possível ganhar as próximas eleições gerais britânicas, sendo o Partido Trabalhista um "impulsionador do progresso" para Inglaterra.

Mais de meio milhão dos membros do partido dirigiram-se às urnas para votar, sendo que os resultados anunciados deram 313.209 votos a Jeremy Corbyn contra os 193.229 de Smith.

Estas eleições foram bastante controversas, o que levou o líder a afirmar, quando foram anunciados os resultados, que "finalmente acabou" a discussão da liderança do partido, frisando que está na altura de o Partido Trabalhista voltar a marcar a sua posição na economia, na educação e no Sistema Nacional de Saúde, as áreas mais importantes a ter em conta no país.
Controvérsia no partido

Corbyn foi alvo de duras críticas por parte de vários militantes nos últimos 12 meses, facto que foi rematado com esta dura vitória, sendo a confirmação do inquestionável apoio dos milhares de seguidores do líder trabalhista em todo o país. Verificou-se um aumento significativo de militantes que se registaram para poder votar em Jeremy Corbyn. "Jeremy ganhou estas eleições, agora tem de ganhar as nacionais e terá todo o meu apoio durante todo o processo", disse o adversário de Corbyn, Owen Smith.

Muitos deles acreditam que parte dos militantes trabalhistas tentaram durante todo o ano passado denegrir a imagem de Corbyn para enfraquecer a sua posição de liderança, afirmando agora que esta vitória prova a "tentativa falhada" dos principais críticos.

No primeiro discurso depois da reeleição, Corbyn disse estar "honrado" por ter sido eleito numa altura de tensão, como se verificou nos meses precedentes, exortando todos os apoiantes do partido a "respeitar a escolha democrática que foi feita".

O líder reconheceu e condenou as críticas abusivas que foram feitas para, segundo ele, "humilhar e denegrir" o partido, o que levou o adversário, Owen Smith, a afirmar de imediato que seria um ónus de Corbyn "sarar as divergências e voltar a unir o partido".

A força política no poder não tardou a reagir a este desfecho no seio dos trabalhistas. O Partido Conservador afirmou que esta vitória não iria acabar com a "luta de poder amarga" dentro da oposição, acrescentado ainda o seu presidente Patrick McLoughlin: "Se nem com 172 deputados trabalhistas Jeremy Corbyn vai conseguir dirigir o seu partido, como é que vai dirigir o país?".
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