Operações de regate em Itália: "Gente a mais pode ser problema"

por João Fernando Ramos

Nas zonas afetadas pelo terramoto desta quarta feira no centro de Itália estão a trabalhar 30 equipas cinotécnicas.
"São os elementos mais importantes nesta fase dos trabalhos", explica Paulo Jorge Leite, um especialista em busca e salvamento em situações de catástrofe.
Sobre a falta de meios, que as populações criticam, o coordenador do GOBS acredita que não é real e lembra que "gente a mais pode ser um problema para a eficácia das operações de resgate de sobreviventes em espaços reduzidos".

"A proteção civil italiana tem equipas com muita experiência e qualidade" pelo que o coordenador do GOBS acredita "o apelo à ajuda internacional não deve acontecer".

O Grupo Operacional de Busca e Salvamento (GOBS), que trabalha com binómios homem/cão esteve envolvido em grandes operações de resgate em situações pós-terramoto como o Chile ou o Haiti. O cenário em Itália é dramático mas muito diferente.

Do terreno chegam notícias que dão nota da mobilização do exercito para apoio às operações, mas também da determinação dos elementos de primeira resposta que estão a trabalhar desde as cinco da madrugada.

Paulo Jorge Leite fala na capacidade de trabalho sem reflexão sobre os dramas que se vivem. "só depois do regresso, às vezes uma semana depois, é que estas situações nos afetam". No terreno as equipas de resgate contam com o treino intensivo que os prepara também para o embate psicológico.

O especialista lembra que as primeiras horas após a catástrofe são decisivas para ser possível resgatar com vida a maioria das vitimas que ficam soterradas. Em Itália os socorristas iniciaram os trabalhos menos de duas horas após o abalo.
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