Polícia do Rio mata mais de 840 pessoas por ano, alerta Amnistia Internacional

por Susana Barros

A Amnistia Internacional acusa a polícia do estado brasileiro do Rio de Janeiro de utilizar força letal "desnecessária e excessiva", tendo morto em média, entre 2005 e 2014, mais de 840 pessoas por ano.

Na cidade do Rio de Janeiro, os casos de mortos por polícias nos últimos cinco anos são quase 16 por cento do número total de homicídios, segundo o relatório.

A Amnistia Internacional criticou o registo desses casos como "resistência seguida de morte" o que contribuiria para esconder execuções extrajudiciais realizadas pelos agentes do estado.

A organização realçou que o Brasil tem uma das maiores taxas de homicídio no mundo, não considerando apenas os cometidos por polícias, e que, em 2012, 56 mil pessoas foram mortas no país. O perfil de maior vulnerabilidade são os jovens entre 15 e 29 anos (50 por cento das vítimas) e os negros (77 por cento).

O relatório, divulgado a um ano do início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, também afirma que a cidade tem dois lados: de um de glamour que impressiona o mundo e, outro, de marcas da violência policial que afeta parte significante de homens jovens, negros e pobres.

Como recomendações ao Brasil, a Amnistia pede investigações alargadas, imparciais e independentes sobre os casos, a abertura de um processo criminal adequado na esfera civil, melhores equipamentos para a Divisão de Homicídios para viabilizar a investigação dos casos, e a condenação das violações de direitos humanos.
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