Portugal é quinto em lista de países mais pacíficos do mundo

por Andreia Martins - RTP
O relatório do Global Peace Index destaca como fator decisivo "o regresso gradual à normalidade política" após a intervenção da Troika. Foto: Rafael Marchante - Reuters

Pela sexta vez consecutiva, a Islândia ocupa o primeiro lugar na lista dos países mais pacíficos do mundo, num rol onde Portugal ocupa o quinto lugar. O relatório relativo a 2016 traz, no entanto, perspetivas bastante sombrias sobre a paz a nível mundial.

Crime, terrorismo, estabilidade política e a segurança. Estes são alguns dos fatores decisivos que ajudam todos os anos ao estabelecimento do Global Peace Index (GPI). A análise aos dados de 163 países e territórios independentes é feita pelo Instituto para a Economia e Paz (IEP), um think-tank sediado em Sydney, na Austrália.  O Global Peace Index é considerado o estudo de referência global sobre o estado atual da paz no mundo. 

Na lista dos dez países mais pacíficos do mundo estão a Islândia, que ocupa o primeiro lugar pelo sexto ano consecutivo, a Dinamarca, Áustria e Nova Zelândia, seguidos de Portugal, em quinto lugar. República Checa, Suíça, Canadá, Japão e Eslovénia também merecem um lugar de destaque, seguindo este índice.

Sobre Portugal, o relatório destaca uma subida pontual significativa no último ano, uma maior paz social que, segundo o documento, reflete "o regresso gradual à normalidade política", após o pedido de ajuda financeira e intervenção da Troika.

"Não obstante as dificuldades enfrentadas pelo Governo de esquerda eleito em 2015, Portugal regista um segundo ano de melhorias em várias dimensões, nomeadamente na probabilidade de manifestações violentas, mas também escala de terror político e instabilidade política", refere o estudo.
 
Numa comparação mais abrangente, a Europa continua a ser o continente mais pacífico, seguida da América do Norte e Austrália. 
Um mundo “menos pacífico”
O relatório anual agora publicado faz também referência aos fatores menos positivos que deixam a imagem de um planeta cada vez mais inseguro e em reboliço. Segundo o Global Peace Index de 2016, o mundo tornou-se menos pacífico, fator que segundo o relatório só vem reforçar a “tendência” registada ao longo da última década. 

Uma das principais conclusões deste relatório é, precisamente, a expansão de “desigualdades de paz”. Ou seja, o intervalo cada vez mais evidente entre os países considerados mais pacíficos os menos pacíficos.
 
O relatório mostra ainda que, entre os países analisados, 81 tornaram-se “mais pacíficos”, segundo os indicadores analisados. Por oposição, outros 79 países viram a sua situação em termos de segurança e paz a deteriorar-se. 

E aqui não há grandes novidades: o Médio Oriente e o Norte de África são os territórios onde a paz mais escasseia. A Síria, que vive uma guerra civil destrutiva desde março de 2011, volta a ser considerada o país menos pacífico do mundo, seguida desde logo pelo Sudão do Sul, Iraque, Afeganistão e Somália.
 
Destaque também para o Panamá, Tailândia e Sri Lanka, os países que mais evoluíram no estabelecimento da paz. Já o Iémen, Turquia e a Ucrânia viram os níveis de conflito e instabilidade a crescerem exponencialmente. 

No documento há também uma referência muito específica ao Brasil, que se prepara para acolher os Jogos Olímpicos dentro de apenas dois dias. Refere o Global Peace Index que o país viu a instabilidade política a crescer na ordem dos 15 por cento, bem como um incremento da incerteza no sistema prisional e na atuação policial. 

O relatório não poderia deixar de referir a situação dos refugiados. Lembra que pelo menos um por cento da população mundial vive essa realidade. Em comparação com números de 2007, o número de refugiados no mundo praticamente duplicou para os 60 milhões.
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