Presidente do Conselho Europeu diz que foi alcançado acordo com Turquia

por Lusa

O presidente do Conselho Europeu afirmou hoje que foi alcançado um acordo com Ancara para travar o fluxo de migrantes para a Europa, mas alertou que a União Europeia não pode "subcontratar" o controlo das fronteiras externas.

"Depois de muitas semanas de duro trabalho e conversações difíceis chegámos a um acordo, que espero que seja hoje aceite por todas as partes", disse Donald Tusk à chegada à cimeira dos líderes da União Europeia com a Turquia.

O responsável convocou esta reunião para decidir o que tem "de fazer na UE e na Turquia em primeiro lugar para fazer frente à crise migratória", nomeadamente no que diz respeito à cooperação que tem como objetivo travar o fluxo dos refugiados para a Europa.

Tusk insistiu que esta cimeira tem um dimensão mais ampla, que é "revitalizar" as relações com a Turquia, incluindo o processo de adesão.

Além do mais, lembrou, "a Turquia é um parceiro-chave na luta contra o terrorismo, e necessitamos também de melhor cooperação quando se trata da Síria, mas também quando se fala do Chipre", numa referência à histórica disputa entre ambos os países.

"Os dias recentes têm demonstrado quão importante é a cooperação no contexo geopolítico e estratégico", assinalou, defendendendo que "o mais importante é a nossa responsabilidade e o nosso dever de proteger as nossas fronteiras externas".

Por seu turno, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, recordou que a Turquia acolhe 2,5 milhões de refugiados e que a UE necessita de um acordo com a Turquia sobre "como travar o fluxo ao máximo" dessas pessoas para a Euorpa.

A Turquia, acrescentou, deve proteger "ao máximo as suas fronteiras internas", e a UE, pelo seu lado, deve "contribuir para o realojamento de sírios".

Juncker disse esperar que seja possível chegar a um acordo, sendo que já estã definido, em princípio, que a Turquia receberá 3 mil milhões de euros, 2,5 mil milhões dos quais serão aportados pelos países.

A questão sobre como será feita essa transferência, em discussão e que gera diferenças entre os países, "não será abordada hoje", mas sim nas próximas semanas", vincou Juncker.

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