Prisão perpétua para israelita acusado da morte de adolescente palestiniano em 2014

por Lusa

Um tribunal de Jerusalém condenou hoje a prisão perpétua um israelita que era o principal acusado da morte de um palestiniano que foi queimado vivo em 2014, um crime que contribuiu para uma escalada da violência em Gaza.

Yosef Haim Ben David, um judeu de 31 anos, estava acusado de ser o instigador e o principal executante do rapto e assassínio de um palestiniano de 16 anos, Mohammed Abu Khdeir, a 2 de julho de 2014 em Jerusalém Oriental, a parte palestiniana da cidade anexada e ocupada por Israel.

Os seus dois cúmplices israelitas, que tinham 16 anos na altura do crime, já tinham sido condenados em fevereiro pelo mesmo tribunal, um a prisão perpétua, outro a uma pena de 21 anos. Os nomes destes acusados não foram divulgados porque eram menores em julho de 2014.

A pena de prisão perpétua é a mais pesada, dado que a pena de morte foi abolida em 1954, exceto para crimes específicos, como crimes de guerra ou de traição.

Yosef Haim Ben David foi ainda condenado a uma outra pena de 20 anos de prisão, dado que era acusado de outros crimes, como o rapto da vítima, tentativa de rapto de uma outra criança palestiniana e ataques contra bens palestinianos.

O tribunal condenou-o ainda a pagar uma multa equivalente a 34.400 euros à família do jovem que morreu e uma outra equivalente a 4.500 euros à família da criança palestiniana que tentou raptar.

No início do julgamento, os advogados de Ben David alegaram que o cliente não podia ser responsabilizado criminalmente pelos seus atos, mas o tribunal acabou por decidir em abril que o acusado não tinha problemas mentais e podia ser julgado.

O homicídio de Mohammed Abu Khdeir contribuiu para a escalada de violência que conduziu à guerra de Gaza em julho-agosto de 2014 e marcou profundamente a opinião pública palestiniana.

 

 

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