Sobrinha de ex-líder chinês Deng Xiaoping associada ao escândalo

por Lusa

Pequim, 04 mai (Lusa) - Uma sobrinha do ex-líder chinês Deng Xiaoping, o "arquiteto-chefe das reformas económicas" que abriram a China à economia de mercado, está associada ao escândalo "Papéis de Panamá", avança hoje um jornal de Hong Kong.

Segundo o South China Morning Post (SCMP), que teve acesso a documentos da investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa) sobre empresas `offshore`, a lista inclui também um neto de Jia Qinglin, alto quadro do regime comunista chinês ao longo da década passada.

Os escritórios na China da Mossack Fonseca criaram 16.300 empresas de fachada, ou 29% do total das empresas criadas pela firma de advogados panamiana no centro do escândalo.

Li Xiaobing, a sobrinha de Deng, e o seu marido, Wallace Yu Yiping, figuram na lista como diretores de uma empresa chamada Water Enterprises, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, detalha o SCMP.

Esta firma, que surge associada à empresa chinesa do setor das águas engarrafadas Tibet Water Resources, partilhava a direção com outra empresa chamada Galaxia Space Management, propriedade de Yu.

Yu foi um dos cofundadores da Tibet Water Resources - anteriormente chamada Tibet 5100 Water Resources - uma das maiores empresas do setor na China e que aparece cotada na bolsa de Hong Kong através de uma firma constituída nas Ilhas Caimão.

Segundo explica o SCMP, o envolvimento da sobrinha de Deng dever-se-á à normativa chinesa que impede as suas empresas de estarem cotadas fora da China continental.

Para fugir às restrições de Pequim, as entidades abrem filiais em outros países.

O mesmo jornal expôs também o neto de Jia Qinglin, que presidiu à Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, o principal órgão de consulta do Governo e do Partido Comunista da China, entre 2008 e 2013, como proprietário de firmas `offshore`.

Li Pak-tam foi proprietário de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas chamada Fung Shing Development, estabelecida em 2000.

A sua filha, Li Zidan, era proprietária de outras duas empresas registadas naquele paraíso fiscal, revela o mesmo jornal.

 

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