Genebra, 14 set (Lusa) - O novo governo do Sri Lanka anunciou hoje, em Genebra, a criação de um gabinete de reparações de guerra e uma comissão para restabelecer a verdade, depois do conflito com os separatistas tamil, que durou 37 anos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros cingalês, Mangala Saramaweera, anunciou perante o conselho dos direitos humanos das Nações Unidas a criação de dois mecanismos para "procurar a verdade": uma "comissão para a verdade, justiça e reconciliação", constituída com a ajuda e a experiência da África do Sul neste domínio, e um "gabinete dos desaparecidos", com a ajuda e a experiência do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
"O governo do Sri Lanka reconhece plenamente que o processo de reconciliação implica que tratemos as questões da procura da verdade, da justiça e das reparações", disse.
Na quarta-feira, o conselho dos direitos humanos da ONU vai divulgar um relatório sobre os crimes cometidos durante a guerra contra os separatistas dos Tigres de Libertação do Eelam Tamil (LTTE, sigla em inglês), durante a qual pelo menos 100 mil pessoas foram mortas.
O presidente cingalês, Maithripala Sirisena, eleito em janeiro, prometeu encorajar a reconciliação e investigar os crimes cometidos pelo exército na campanha militar que pôs fim à rebelião tamil em 2009, quando o antigo "homem forte" do regime Mahinda Rajapakse estava no poder.
Na passada semana, um deputado tamil assumiu a liderança da oposição no parlamento do Sri Lanka pela primeira vez em 32 anos.
Esta estreia ocorre seis anos depois do fim da rebelião dos Tigres Tamil em 2009, após 37 anos de luta separatista.
