Talibãs afegãos esforçam-se para escolher sucessor de Mansur

por Lusa

Os talibãs afegãos esforçam-se para encontrar um novo líder após a morte do `mullah` Akhtar Mansur, disseram hoje militantes à agência France Presse, um dos quais indicou que os dois principais candidatos abandonaram a corrida.

O filho do fundador do movimento talibã `mullah` Omar, o `mullah` Yakub, e Sirajuddin Haqqani, um inimigo implacável das forças norte-americanas, eram vistos como os dois principais candidatos a sucessor de Mansur, após a morte deste no sábado num ataque norte-americano com um `drone` no Paquistão.

"Yakub recusou aceitar o cargo, dizendo que é demasiado novo para isso", disse à AFP um alto responsável talibã no noroeste do Paquistão.

"O adjunto de Mansur e chefe operacional da rede Haqqani, Sirajuddin Haqqani, também recusou por razões pessoais", adiantou.

O conselho central (`shura`) talibã tem realizado reuniões de emergência desde domingo num local não identificado do Paquistão para encontrar uma figura unificadora para o posto de liderança.

"Se os talibãs querem unidade para o seu movimento, apenas Yakub pode juntar todas as fações e ser aceite por todos os grupos", disse o analista paquistanês Rahimullah Yousafzai à AFP.

"Ele é jovem, incontroverso e uma figura unificadora porque é o filho do fundador do movimento `mullah` Omar... enquanto a nomeação de Haqqani seria uma grande provocação para os Estados Unidos", adiantou.

Outra fonte talibã disse à agência noticiosa francesa que "o principal desafio é salvar o movimento talibã de uma maior divisão", considerando que "levará tempo a conseguir-se um consenso para a posição de liderança".

O `mullah` Abdul Ghani Baradar, que se diz ser próximo dos militares paquistaneses, Haibatullah Akhundzada, também vice como Haqqani, e o `mullah` Adbul Qayyum Zakir, considerado um dos mais violentos comandantes talibãs, serão outros dos que poderão disputar o posto.

A designação de Mansur em julho para a direção do movimento islamita revelou diferenças profundas, alguns comandantes recusaram inicialmente jurar-lhe lealdade e outros abandonaram o grupo.

 

 

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