Trabalhadores da açucareira de Mafambisse retomam laboração após greve violenta

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Cerca de quatro mil trabalhadores da açucareira de Mafambisse, centro de Moçambique, retomaram a laboração após três dias de greve em que foi morto um operário e três ficaram feridos.

Os trabalhadores da Açucareira de Mafambisse, detida em 75 por cento pela firma Tongaat Hullet, da África do Sul, que reclamavam redução da carga horária, aumentos salariais, contratos e assistência assistência médica e medicamentosa, viram satisfeitas os principais reivindicações, disse hoje à agência Lusa o director provincial de Trabalho em Sofala, Omar Jalilo.

"Os principais pontos das reivindicações dos trabalhadores foram resolvidos, faltam acertos em alguns aspectos mais técnicos", sublinhou Jalilo, excusando-se a entrar em pormenores, "porque as negociações prosseguem".

Na quarta-feira, os trabalhadores e o patronato, com a mediação das autoridades laborais em Sofala, estabeleceram um aumento salarial de perto de três euros.

A direcção da firma aceitou também reduzir o tempo de trabalho diário, de 14 para oito horas, cedendo à exigência apresentada pelos trabalhadores nesse sentido.

Na segunda-feira, durante a greve, um trabalhador foi mortalmente baleado e três ficaram feridos, um dos quais em estado grave, quando os grevistas marchavam em direcção à entrada da empresa.

Desconhece-se, por enquanto, se os tiros foram disparados pelos agentes da polícia ou pela segurança privada da açucareira.

A Polícia de Investigação Criminal de Moçambique no distrito de Dondo, província de Sofala, centro do país, onde se situa a empresa, diz estar ainda a investigar a origem dos tiros que vitimaram os quatro trabalhadores.

Além da Açucareira de Mafambisse, a Tongaat Hullet detêm também a Açucareira de Xinavane, na província de Maputo, sul do país, tendo ambas recebido no início deste ano uma injecção de capital, no valor de 129 milhões de euros, com o objectivo de aumentar para 296 mil toneladas a produção anual de açúcar, contra 124 mil toneladas no ano passado.

Moçambique conta também com as açucareiras de Sena e Marromeu, na província de Sofala, e da Maragra, na província de Maputo.


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