Astana, 29 jul (Lusa) -- A Turquia alertou hoje o Cazaquistão para as escolas "turco-cazaques" ligadas a Fethullah Gulen, que Ancara acusa de estar envolvido na tentativa falhada de golpe de Estado contra o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Na quinta-feira, o chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, já tinha alertado o Quirguistão, vizinho do Cazaquistão, para o risco de elementos do Fethullan Gulen estarem "infiltrados nas suas instituições".
O embaixador turco em Astana, Nevzat Uyanik, advertiu o Cazaquistão que as escolas "turco-cazaques" geridas por fundações ligadas a Gulen não têm o apoio de Ancara.
"Aquelas escolas não têm qualquer ligação com os organismos oficiais turcos", disse o embaixador, em conferência de imprensa, realizada em Astana, capital do Cazaquistão.
Segundo Nevzat Uyanik, o fracassado golpe de Estado de 15 de julho é um "aviso para outros países".
"Temos a certeza de que as instituições vão tomar as medidas necessárias", acrescentou o embaixador, dirigindo-se às autoridades cazaques.
Ancara acusou Gulen de construir a sua influência através de uma extensa rede de ensino privado, não só na Turquia, mas também em África e na Ásia Central.
Segundo a agência turca Anadolu, no Quirguistão existem nove escolas primárias e secundárias, duas escolas internacionais e uma universidade ligadas ao Gulen.
O Cazaquistão e o Quirguistão são os únicos países da Ásia Central onde ainda existem escolas relacionadas com fundações ligadas a Fethullah Gulen.
