Verdes alemães querem coligação com a direita

por RTP
Kretschmann com Merkel Hannibal Hanschke, Reuters

O primeiro-ministro verde do Land Baden-Württemberg pronunciou-se claramente a favor de uma coligação com Angela Merkel depois das eleições do próximo ano. Não é ainda a posição oficial do partido, mas é uma preferência cada vez mais corrente entre os verdes.

Em declarações a Der Spiegel, Winfried Kretschmann justificou a inédita perspectiva de coligação afirmando que "agora se trata de garantir a coesão da sociedade" e que "se trata de conservar liberdade e individualismo e, ao mesmo tempo, de corresponder adequadamente à crescente exigência de segurança".

Kretschmann chefia o Governo regional e tem cdesde há alguns meses omo parceiro de colgação minoritário a CDU democrata-cristã. A experiência-piloto realizada naquele Land fez dele um interlocutor privilegiado da chanceler Angela Merkel, com quem discutiu, já no Outono de 2013, o cenário de uma coligação equivalente a nível federal. A discussão foi inconclusiva devido à resistência dos parceiros social-cristãos de Merkel (CSU) e da ala esquerda do partido Verde.

Segundo Der Spiegel, Kretschmann e Merkel reuniram-se no domingo na chancelaria, para uma conversa de várias horas, e discutiram de forma reservada a estratégia com que tencionam enfrentar essas resistências, após as eleições parlamentares federais do próximo ano. Entre os trunfos com que conta Merkel para essa estratégia conta-se a boa relação de Kretschmann com a própria direita social-cristã, na pessoa do seu líder Horst Seehofer

Do lado verde, a figura de proa da ala esquerda, o antigo ministro do Ambiente Jürgen Trittin, continua a defender a alternativa de uma coligação com o SPD e com o Partido da Esquerda, argumentando que "os pontos de contacto com os social-democratas e também com grande parte da Esquerda são mais importantes do que com a CDU e principalmente com a CSU"

Uma das hipóteses aventadas em Der Spiegel como aliciante para a adesão dos verdes à coligação com a direita é o oferecimento que eventualmente lhe seria feito do lugar de chefe de Estado, actualmente ocupado por Joachim Gauck.
pub