Já terminaram os Jogos Olímpicos, já se lançaram as pequenas guerras à volta da forma como o Comité Olímpico liderou esta missão, já se brincou com a única medalha de uma alargada comitiva e está na hora de se falar seriamente sobre um plano olímpico sério que permita ter mais jovens no desporto e fazer uma outra escola de exigência.

Esta é a altura de decidir e de agarrar no bom trabalho que esta equipa já fez, dando mais dimensão e visibilidade às modalidades e deixando crescer esta geração que será de campeões. O resto são pequeníssimas questões que servem apenas para tapar os olhos aos cinco ou seis portugueses que ainda estão apenas focados nos pequenos poderes.

O tema deve envolver o Ministério da Educação e este ciclo terá forçosamente que passar pela escola com mais e melhor desporto escolar e um incentivo aos clubes para terem uma verdadeira missão formativa em múltiplas modalidades.

Passa também pela melhor utilização dos fundos públicos que não podem estar maioritariamente canalizados para a monocultura do futebol, que seca todos os recursos em apenas uma modalidade, com os resultados que conhecemos nas outras.

Passa por uma mudança de mentalidade nas redações dos meios de comunicação que terão que abrir horizontes e dar atenção aos importantes eventos das diversas modalidades.

Passa por um programa de construção de mais centros de treino e pela melhoria das competições nacionais. É uma mudança que terá que ser ambiciosa. 


Marcelo Rebelo de Sousa vai receber os olímpicos do Rio, dando mais um palco para a afirmação da necessidade de encarar os jogos e o deporto de outra forma. Quem está neste barco não deve, nem pode, deixar passar esta maré, deixando tudo praticamente na mesmo esperando milagres daqui a quatro anos.

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