António Paixão foi apenas mais uma vítima, com as pressões a terem outros significado com o tempo quente a chegar e com a ameaça ainda tão presente, depois do que aconteceu no verão passado.
Ninguém tem dúvidas de que a solução passa pela profissionalização da primeira intervenção com forças como os GIPS da GNR, a entrega do controlo e da operação dos meios aéreos à Força Aérea e à presença muito mais efetiva de contingentes militares neste dispositivo, que tem que ser competente e profissional, estando disponível e presente na floresta durante todo o ano.
Digo ninguém tem dúvidas, deveria dizer, quase ninguém tem...
O problema é que é esse "quase" que pressiona, guerreia, abre polémicas, planta notícias nos jornais, dá entrevistas, procura sempre travar todos os processos de mudança, continua a condicionar essa mudança comprovada em mil e trinta e cinco relatórios dependentes e independentes, em comissões, universidades e até no mais leigo dos comentadores de assuntos da floresta.
O verão está a chegar e todos percebemos que é complicado travar o negócio dos fogos, que se alimenta de tragédias.
Olhando para o novo comandante da Proteção Civil vemos mais um militar que estudou todas as guerras. Vamos ver se consegue vencer esta.
opinião
João Fernando Ramos
Mais incêndios, antes dos fogos
Na crónica da semana passada quase adivinhava que estava para estalar mais uma polémica na reorganização da Proteção Civil. Lá se demitiu o comandante Paixão e entramos numa outra solução, por causa dos problemas de sempre. Claro que é quase missão impossível colocar um travão aos gigantescos e lucrativos interesses que se alimentam da tragédia.