Ai Europa, Europa

Passa mais uma semana e novas surpresas numa Europa que se deveria procurar um rumo de crescimento e começar a resolver os problemas que o Brexit levanta e a imensa e dolorosa crise dos refugiados. O problema, afinal, parece ser o défice do ano passado de Espanha e Portugal. Se é isso, estamos esclarecidos.

O resto não é importante, a avaliar pelas declarações da Comissão e pelo aceso debate no Parlamento Europeu, onde o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombroskis acaba por deixar a afirmação da semana, reconhecendo o esforço que o atual governo está a fazer, este ano, no controlo das contas públicas. 


Terá desistido a Comissão de levar António Costa a aplicar uma bela dose de austeridade naquela carta tradicional de corte de salários e pensões? Será que alguém em Bruxelas se apercebeu do absurdo de tudo isto e começa a olhar para o que é verdadeiramente importante, percebendo os sinais e as evidências de uma desintegração deste espaço, que nasceu para ser solidário?

No nosso jornalismo de fontes, ou de fonte atrás da corrente, vamos alimentando as pressões e as polémicas à volta do “papão” que pode chegar um destes dias, armado de sanções e cortes nos dinheiros comunitários. Num olhar simples para os tratados e falando com fontes mais cristalinas, percebemos bem o que está em causa. Basta abrir os olhos, ou querer ver a realidade, sem mais cortinas de fumo.

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