Cardeal-patriarca preside hoje à solenidade do Corpo de Deus

por Lusa

Lisboa, 25 mai (Lusa) -- Os católicos celebram hoje a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, no ano em que o feriado religioso voltou às listas de feriados oficias, depois da suspensão, em 2013, acordada entre Lisboa e o Vaticano.

"Conjugando-se em 2016 o Ano Jubilar da Misericórdia, o Sínodo Diocesano e a reposição do feriado religioso, a Diocese de Lisboa vivenciará mais intensamente a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, no `coração da cidade`", no dia de hoje, afirma em comunicado o Secretariado Corpo de Deus 2016, do Patriarcado de Lisboa.

Em Lisboa, às 11:30, o cardeal-patriarca Manuel Clemente preside à celebração eucarística na Sé Patriarcal, onde, entre as 13:00 e as 16:00, se realiza a adoração do Santíssimo Sacramento.

Às 17:00, inicia-se a procissão, que sai da Sé, percorre as ruas das Pedras Negras, da Madalena, o Poço do Borratém, a praça Martim Moniz, as ruas da Palma, Dom Duarte, a praça da Figueira, as ruas da Prata e da Conceição, o largo da Madalena, a rua de Santo António da Sé e o Largo da Sé, onde, às 18:30, Manuel Clemente procede à "bênção solene".

"Sendo historicamente a procissão mais importante da capital, pelo seu percurso, número de presenças, profundidade de vivência religiosa e demonstrativo ambiente de fé, constitui, além disso, cenário cultural e turístico de Lisboa, dignificando a cidade", afirma o Secretariado Corpo de Deus do Patriarcado.

A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo é vulgarmente referenciada por "Corpo de Deus" e celebra-se, habitualmente, 60 dias depois da Páscoa, na quinta-feira a seguir ao primeiro domingo após Pentecostes, daí ser um feriado móvel.

Em 2012, o Governo português acordou com a Santa Sé que o feriado nacional relativo a esta solenidade religiosa fosse suprimido, temporariamente, por cinco anos, mas o atual Governo, resultante das eleições de 2015, restaurou os feriados suspensos, os religiosos do Corpo de Deus e de Todos-os-Santos, e os dois civis, da Restauração e da Proclamação da República.

Segundo o Patriarcado de Lisboa, "foi no século XIII que se sentiu fortemente a necessidade de ressaltar esta festa, devido à importância da presença de Cristo em Forma de pão e de vinho, forma tão humana, mas ao mesmo tempo tão rica de simbolismo".

"O Sacramento da Eucaristia é levado às ruas como um gesto e expressão de fé e, ao mesmo tempo, como convite à renovação da própria fé", afirma o Patriarcado lisboeta.

Historicamente, a procissão é "a mais antiga e participada de todas as procissões", em meados do século XIX, "a procissão foi simplificada" e, após a proclamação da República, em outubro de 1910, foi interrompido o culto público religioso.

Todavia, "as irmandades do Santíssimo, nas diversas paróquias, mantiveram o culto vivo e, retomadas algumas liberdades religiosas, o dia de Corpo de Deus voltou a ser feriado, havendo uma renovação do culto processional público", afirma o Patriarcado, acrescentando que "muitos recordam, ainda, a alegria do povo de Deus, quando, em 1973, depois de vários anos de interrupção", o cardeal-patriarca António Ribeiro restaurou a procissão.

Tópicos
pub