Colégio Rainha Santa Isabel, Coimbra, diz que cortes estatais lesaram as famílias

por Lusa

Coimbra, 02 nov (Lusa) - A diretora do Colégio Rainha Santa Isabel, em Coimbra, considerou hoje que as famílias são as maiores lesadas pelo corte no financiamento público, com os alunos a abdicarem de um ensino que pretendem por não terem dinheiro.

"O facto de termos algum apoio social permitiu às famílias mais pobres que os alunos pudessem chegar à formação que aqui facultamos. Ao cortarem esses apoios, não é a nós que cortam, é às famílias, a quem cortam a aspiração de que os seus filhos possam ser educados nesta escola e com este espírito", sustentou Maria da Glória.

Em declarações à agência Lusa, Maria da Glória admitiu que o corte no financiamento público sentiu-se no número de alunos que frequentam o Colégio Rainha Santa Isabel, em Coimbra, desde os três anos até ao 12.º ano.

"Houve um abaixamento de procura, mas não porque não queiram este ensino, mas porque não têm posses: isto é estragar a vida a muitos cidadãos portugueses. O alvará prevê a frequência de 975 alunos, mas neste momento temos 870", lamentou.

Numa altura em que se assinala a presença da Congregação de S. José de Cluny na cidade de Coimbra, com 120 anos de dedicação à educação e cultura da juventude Coimbrã, Maria da Glória recordou que o Colégio Rainha Santa Isabel tem crescido imenso, notabilizando-se entre os seus pares.

"O colégio tem mantido esta postura de resposta ao carisma da nossa fundadora, a bem-aventurada Ana Maria Javouhey, que pretendia que se desenvolvesse todo o potencial que cada aluno tem: não só intelectual, como artístico, social, físico e religioso. O aluno devia ter acesso ao conhecimento e reconhecimento da grandíssima dignidade que tem, sendo imagem e semelhança de Deus", destacou.

No seu entender, é aqui que reside a mais-valia deste colégio, que não prepara os alunos apenas para os exames, como para "uma vida sadia".

"Penso que é isto que faz a diferença: os educandos aqui habituam-se a trabalhar, a ter em conta a pontualidade e o respeito, o respeito pela autoridade. Adquirem esses hábitos, tal como o habito pela investigação, em que, quando não sabem, têm de procurar a solução", sustentou.

No dia 05 de novembro, sábado, assinalam-se também os 75 anos do atual edifício do Colégio Rainha Santa Isabel, estando previsto que antigos e atuais protagonistas desta história se reúnam para partilharem testemunhos e percorrerem a memória da instituição através de uma exposição.

Tópicos
pub