Crime sob suspeita na gestão dos estaleiros de Viana do Castelo

por Rui Sá, João Fernando Ramos

"Apresentei queixa em 2013. Esperava que a justiça agisse. Pelos vistos está a acontecer". A frase é de Ana Gomes, a eurodeputada do PS que apresentou a queixa-crime que agora resultou na "Operação Atlantis". Há suspeitas de crime na subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, na gestão pública, e na venda de ativos da empresa, nomeadamente o mais polémico de todos: o navio Atlântida.

 A Procuradoria-Geral da República e a Polícia Judiciária fizeram várias buscas ao longo do dia. Ilda Figueiredo, candidata à autarquia de Viana do Castelo pelo PCP e uma das vozes mais ativas na defesa da manutenção na esfera pública dos estaleiros, garante que "houve premeditação no processo de esvaziamento da empresa".

"O Governo de Passos Coelho inviabilizou a compra de cinco milhões de euros de aço para a construção de navios asfalteiros para a Venezuela que já tinha pago parte dessa encomenda de 128 milhões". Outro dos exemplos apresentados é o dos navios patrulha da marinha portuguesa. Estavam encomendados oito. Foram feitos os dois primeiros.

"O Ministério cancelou a encomenda que garantia trabalho, para logo depois de entregar os estaleiros a um privado ter retomado essa mesma encomenda sem qualquer concurso púbico", afirma.
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