Doentes com VIH são dos que mais usam cheque dentista

por Lusa

Quase todos os doentes portadores de VIH a quem foram atribuídos cheques dentistas utilizaram este apoio, sendo um dos grupos que mais beneficiam do programa nacional de promoção de saúde oral, segundo a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD).

O programa beneficiou nos últimos cinco anos 1.708 utentes portadores de VIH, tendo sido emitidos 4.118 cheques dentistas, o que se traduz numa taxa de utilização de 87%.

Os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) infetados com o VIH passaram a ser abrangidos pelo cheque dentista em 2009 e a sua utilização começou no ano seguinte.

A taxa de utilização tem sido das mais altas entre todos os grupos que beneficiam do Programa: crianças de 7, 10, 13 e 15 anos que frequentem as escolas públicas, idosos com complemento solidário, grávidas e portadores de VIH.

No total já foram realizados 7.616 tratamentos, sendo que o mais frequente ao longo dos cinco anos foi a restauração direta e definitiva, com mais de 3.021 tratamentos efetuados, seguindo-se as exodontias (extrações) com 2.810 tratamentos.

Dados deste ano, até 31 de agosto, indicam que dos 638 cheques dentistas já emitidos foram utilizados 553, ou seja uma taxa de utilização de 87%.

De acordo com o secretário-geral da OMD, Paulo Ribeiro de Melo, "os portadores de VIH devem prestar especial atenção à saúde oral, problemas na boca ou nos dentes podem fragilizar estes doentes e aumentar as repercussões da infeção. De salientar ainda que na fase inicial da infeção do vírus da Sida são raras as pessoas que não apresentam problemas orais".

A integração dos portadores de VIH no programa visa precisamente garantir-lhes o acesso a cuidados de saúde oral, diminuindo o risco de infeções.

Para tal, estes utentes devem pedir ao médico de família o cheque dentista e, depois de o receberem, procurar um dentista.

Dados da Direção-Geral de Saúde revelam que no ano passado foram descobertos em Portugal 1.220 novos casos de VIH, um número que tem vindo a cair desde o pico de quase 3.100 portadores em 2003.

Ainda assim, Portugal é o terceiro país da União Europeia com a maior taxa de novos casos de sida, a fase mais avançada da doença, segundo dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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