Estudantes preparam manual sobre terapia com animais

por Agência LUSA

Especialistas internacionais concluem hoje na Golegã um encontro de dois dias sobre terapias assistidas com animais, evento marcado pelo anúncio de que dois estudantes portugueses ultimam um manual sobre aquelas práticas, disse fonte da organização.

De acordo com Luís Claro, da Associação Equestre Moitense e do Centro de Terapia Assistida, o manual incide especificamente sobre a terapia com cavalos (hipoterapia) e está a ser preparado por alunos finalistas do Instituto Piaget de Almada.

Segundo Peveril Gibson, uma britânica ligada à Federação Equestre Portuguesa e à Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes, o desenvolvimento da hipoterapia em Portugal esbarra na falta de cavalos com o perfil adequado.

"O cavalo é um co-terapeuta e precisa ter características adequadas ao paciente concreto, o que nem sempre se consegue", subscreveu Luís Claro, em declarações à Agência Lusa.

Além da hipoterapia, emergem em Portugal outras terapias assistidas com animais como golfinhos e burros (asinoterapia), que foi explicada no encontro da Golegã por representantes de uma associação de Miranda do Douro voltada para defesa do burro.

A asinoterapia é uma alternativa terapêutica que já se usa desde a década de 70 do século XX em vários países europeus e nos Estados Unidos.

Estudos levados a cabo nestes países mostram que o contacto repetitivo com os burros melhora o equilíbrio e contribui para o desenvolvimento dos músculos fracos de pessoas com necessidades especiais.

Graças à interacção com o animal, o vocabulário é estimulado, reforça-se a auto-estima e a confiança das crianças.

Durante o encontro, realizado no Equuspolis da Golegã, a Brigada Cinotécnica da GNR fez demonstrações das capacidades de 12 dos seus cães na busca e salvamento, bem como na detecção de estupefacientes.

Também uma instituição do Porto mostrou como os animais podem ajudar portadores de deficiência em tarefas rotineiras do dia a dia como acender luzes, abrir portas ou gavetas.

Especialistas estrangeiros, como a psicóloga espanhola Isabel Salama e a terapeuta da fala brasileira Fernanda Ribeiro, levaram à Golegã o seu testemunho sobre experiências concretas nos seus países no âmbito das terapias assistidas com animais.

O encontro da Golegã serviu ainda para divulgar alguns trabalhos científicos portugueses, que Luís Claro considerou de "bom nível" mas aos quais "ninguém liga".

Na sequência deste encontro internacional, a organização promove segunda e terça-feira, no mesmo espaço, um curso de Psicoterapia Assistida com Animais.

JGJ.

Lusa/Fim


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