Médicos denunciam "clamorosa destruição do Serviço Nacional de Saúde"

por DR

A Saúde fez soar o alarme. Médicos e diretores clínicos dos principais hospitais de Lisboa escreveram um manifesto a alertar para a gravidade das condições de trabalho no Centro Hospitalar de Lisboa Central. O manifesto vai ser entregue ao Presidente e ao governo.

Escrevem este manifesto por ser, dizem os médicos, seu dever ético, pessoal e profissional, e para alertar para a "elevada degradação das condições de trabalho no Centro Hospitalar de Lisboa Central.

A degradação envolve a dotação de pessoal médico, de pessoal técnico e de enfermagem, a disponibilidade de material de consumo, a introdução de equipamento especializado, o investimento na inovação, e a mera logística para o normal exercício profissional."

No manisfesto a que a RTP teve acesso lê-se ainda que "o trabalho diário passou a gestão permanente de crises".

Escrevem para tentar ainda melhorar alguma coisa e "também para que não se diga que ficámos silenciosos, que fomos cúmplices desta clamorosa destruição do Serviço Nacional de Saúde".

O manifesto resume as queixas que têm sido notícia nos últimos tempos, como a falta de anestesistas na Maternidade Alfredo da Costa.

"É que para além da deterioração das condições de trabalho acima referidas, com riscos para quem mais interessa, os doentes, esta situação comprometerá no curto prazo a capacidade assistencial, levando ao encerramento de serviços, a começar pelos das diversas Urgências que o Centro Hospitalar disponibiliza, por falta de condições mínimas, ou ausência mesmo de quaisquer condições de elementar segurança para o seu normal funcionamento. É que se contam já por muitas, as valências altamente diferenciadas, hoje perdidas pelas mais diversas especialidades".

"Num tempo em que as palavras duram o tempo que soam e valem pouco mais do que isso, acham os signatários deste manifesto ser seu dever ético, pessoal e profissional, alertar agora para a gravidade das condições de trabalho no CHULC, condições que a todos afectam hoje, e que comprometerão amanhã o futuro que é de todos".

O Manisfesto é escrito e assinado por todos os diretores das áreas clínicas e responsáveis de especialidade de São José, Capuchos, Santa Marta, Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa.

É um grito de alerta que vai ser entregue ao presidente da República, à Assembleia da República e à ministra da Saúde.
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