Vão ser constituídos arguidos dois militares no caso dos Comandos

por RTP
Hazir Reka - Reuters

Dois enfermeiros militares foram constituídos arguidos no âmbito do caso dos Comandos. O sargento João Coelho e a furriel Isabel Nascimento chegaram ao início da tarde ao Campus de Justiça, onde serão ouvidos em sede de interrogatório pela procuradora titular do inquérito, Cândida Vilar.

O sargento João Coelho e a furriel Isabel Nascimento, que eram os únicos dois enfermeiros que estavam presentes no Campo de Tiro de Alcochete no primeiro dia de instrução do 127º curso dos comandos, são por agora os únicos dois arguidos do processo.

A RTP apurou que o sargento João Coelho foi o primeiro a ver Hugo Abreu cair. A investigação acredita que negou assistência ao soldado que acabaria por falecer.

Os enfermeiros chegaram ao início da tarde ao Campus de Justiça, onde serão ouvidos em sede de interrogatório pela procuradora titular do inquérito, Cândida Vilar. À chegada, apesar das perguntas feitas pelos jornalistas, mantiveram-se em silêncio.

A Ordem dos Enfermeiros pediu já a identificação dos dois militares para abrir um processo de averiguações.
Dois arguidos
Com o estatuto de arguidos, os militares têm o direito de falar ou de se remeter ao silêncio. A RTP sabe que a procuradora Cândida Vilar não vai ficar por aqui e irá constituir mais arguidos.

As autoridades já ouviram todas as testemunhas necessárias, tendo sido escutados pelo menos os restantes alunos do curso de Comandos.

A RTP já contactou as mães dos dois soldados que morreram no 127º curso de comandos que se confessam consternadas e emocionadas. Pedem apenas que seja feita justiça.
Relatório interno em curso
Já na semana passada foi ouvido como testemunha o comandante do Regimento dos Comandos, coronel Dores Moreira. Só depois dessa inquirição é que o exército deu conta da abertura de dois processos disciplinares.

Estes dois processos são paralelos à investigação e foram abertos na sequência do relatório interno desenvolvido pelo Exército. Não são conhecidos os alvos destes processos, nem se estão em causa os mesmos militares agora constituídos arguidos.

Paulo Jerónimo, Sandra Felgueiras - RTP

A RTP apurou ainda que os resultados das autópsias aos militares que morreram só serão enviados à procuradora titular do inquérito, Cândida Vilar, no final desta semana. Os resultados toxicológicos, que visam determinar se os dois soldados mortos tomaram ou não substâncias proibidas, já estão prontos.
4 de setembro de 2016
Os acontecimentos agora investigados remontam ao dia 4 de setembro. Dois militares morreram na sequência do treino do 127.º Curso de Comandos que decorreu no Campo de Tiro de Alcochete. Vários outros receberam assistência hospitalar.

A morte dos militares está a ser investigada em várias frentes. O Exército abriu o processo de averiguações que ditou os dois processos disciplinares, decorrendo anda as investigações do Ministério Público e da Polícia Judiciária Militar.

Para além deste inquérito, decorre uma inspeção técnica extraordinária que incide sobre os referenciais do curso e o processo de seleção. Até estar concluída essa inspeção, está suspensa a realização de mais cursos.

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