Porto, 09 dez (Lusa) -- O deputado do Bloco de Esquerda Jorge Campos alertou hoje para a necessidade de se combater a iliteracia para a saúde, lembrando que há centros aptos para lidar com muitos dos problemas com que as urgências de deparam.
Em declarações à Lusa à saída de uma visita à Unidade de Saúde Familiar (USF) de Serpa Pinto, no Porto, onde uma delegação do partido se reuniu com a direção do Agrupamento de Centros de Saúde do Porto Ocidental e com responsáveis do centro de saúde em causa, Jorge Campos classificou aquele espaço como uma "unidade-modelo".
"Há uma parte significativa dos portugueses que aparentemente ainda não aprendeu a lidar com a saúde. A consequência disso, um exemplo, é o recurso sistemático aos serviços de urgências quando há centros habilitados para, de uma forma mais eficaz muitas vezes, despistar muitos desses casos que aparecem nas urgências hospitalares", declarou o deputado eleito pelo círculo do Porto, que sugeriu a criação de uma plataforma eletrónica para esse efeito.
Jorge Campos reconheceu que se trata de "uma questão cultural", mas que devia ser encarada de maneira a que os cidadãos aprendessem a lidar melhor consigo próprios, o que, por sua vez, levaria a uma melhoria da relação com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Por outro lado, o deputado do Bloco de Esquerda realçou que falta autonomia às USF e que "estes centros seriam mais eficazes se tivessem um grau muito maior de autonomia, se pudessem decidir sobre como utilizar determinadas verbas por forma a responder de forma expedita a determinados problemas e a dar-lhes uma solução".
"Isso não acontece e nesse aspeto a burocracia continua a estar muito presente e entendemos que devia ser uma matéria analisada e tão rapidamente quanto possível avançar para soluções que poderiam até passar por uma unidade de missão que estudasse estas matérias", afirmou Jorge Campos.
