O primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão entregue pelo ministro da Cultura.
Num comunicado enviado à Agência Lusa, João Soares confirmou ter apresentado a demissão a António Costa, tendo-o feito por solidariedade para com o governo, mas também porque se recusa a prescindir do direito à liberdade de expressão. Momentos depois, era o próprio primeiro-ministro que confirmava ter aceitado a demissão.
Para o comentador de política da Antena 1 Raul Vaz, a polémica desencadeada pelo post de João Soares não podia ter outro desfecho que não a demissão.
Nas reações partidárias, o PSD, que ao final da manhã tinha pedido que João Soares e a diretora do jornal "Público" fossem ouvidos pela Entidade Reguladora da Comunicação Social, interpreta a saída do agora ex-ministro como um sinal de que António Costa "perdeu a mão" no governo que dirige.
O CDS considera que a saída de João Soares era inevitável, depois do episódio de ontem e manifesta a esperança em que "o governo passe a ter um ministro da Cultura, porque, até agora, só ouvimos falar do doutor João Soares por todas outras razões, que não a Cultura".
O Bloco de Esquerda, por Pedro Filipe Soares, conclui que ministro demissionário não devia ter dito o que disse e "agora tomou a decisão correta, no momento certo, mas não nos parece que o governo tenha ficado fragilizado".
O PCP aponta já para os desafios do próximo titular do cargo, sublinhando que o próximo ministro da Cultura tem de se focar na promoção de uma política cultural que respeite a Constituição e de diálogo com os intervenientes na Cultura".
O PS considera encerrada a polémica e sublinha que o que aconteceu não tem nada a ver com questões de natureza política.