Marcelo explica-se e profetiza que Governo não cai em 2017

por Cristina Sambado - RTP
Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a Évora para um debate com jovens no âmbito das comemorações dos 40 anos das primeiras presidenciais em democracia Nuno Veiga - Lusa

O Presidente da República não acredita que o Governo do PS, liderado por António Costa, caia após as eleições autárquicas de 2017. Esta posição de Marcelo Rebelo de Sousa, exprimida ao portal Observador, surgem um dia depois de ter afirmado que não dará um passo para provocar instabilidade no ciclo político que vai até às eleições do outono de 2017.

“Eu já tinha dito isso, não era uma novidade. O Governo dura uma legislatura, mas em Portugal há uma tradição de as autárquicas terem uma leitura nacional. Já houve vários casos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa ao Observador.
 Em 2011, após a derrota socialista nas autárquicas, o primeiro-ministro António Guterres apresentou a demissão. Também o Governo AD liderado por Pinto Balsemão caiu em 1982 na sequência de eleições locais.
O Presidente da República não acredita na queda do Executivo, dado que a maioria de esquerda está estável. E justifica a sua declaração de terça-feira com a necessidade de defender a estabilidade.

“Foi para se perceber que estava fora de causa nestes dois anos haver instabilidade. E depois também era desejável que não houvesse. Como havia grande especulação sobre certas leis, queria dizer que nada se alterou significativamente desde o começo da Legislatura e das minhas funções. A maioria está estável”.

Sobre a hipótese de o PSD ter um mau resultado nas autárquicas, que pudesse pôr em causa a liderança, o Presidente da República considera: “Quer Pedro Passos Coelho quer António Costa são duros e resistentes”.
O "ciclo que vai até às autárquicas"
Na terça-feira, durante uma visita ao Comando das Forças Terrestres, na Amadora, o Presidente da República afirmou aos jornalistas: “Desiludam-se aqueles que pensam que o Presidente da República vai dar um passo sequer para provocar instabilidade neste ciclo que vai até às autárquicas. Depois as autárquicas, veremos o que é que se passa. Mas o ideal para Portugal, neste momento, é que o Governo dure e tenha sucesso”.

Para o Chefe de Estado, “O Governo existe para durar uma Legislatura [quatro anos]. Há claramente um ciclo político marcado pelas autárquicas e portanto estar a especular sobre instabilidade política neste ciclo não faz o mínimo sentido”.
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