Foto: António Cotrim - EPA
Mário Soares foi homenageado este sábado no Palácio de São Bento, em Lisboa. Uma cerimónia para assinalar os 40 anos da tomada de posse do I Governo Constitucional.
Rui Vilar, que foi ministro dos Transportes e Comunicações do I Governo Constitucional, destacou a "tarefa gigantesca" e a "tremenda responsabilidade" que essa equipa governativa encarou no período que se seguiu à revolução do 25 de abril, especialmente, o então primeiro-ministro, Mário Soares.
Seguiu-se depois o discurso do fundador do PSD, Francisco Pinto Balsemão, que lembrou episódios e algumas divergências que teve com o seu "bom amigo" Mário Soares, mas disse que sempre estiveram de acordo em questões fundamentais, como o projeto europeu.
"Estivemos sempre de acordo em questões fundamentais. Estivemos sempre de acordo na defesa das liberdades, na luta pela democracia, pela construção de uma Europa na qual continuamos a acreditar e que queremos deixar aos nossos filhos e aos nossos netos", declarou o antigo primeiro-ministro, que chefiou os VII e VIII governos constitucionais.
O primeiro-ministro, António Costa, terminou os discursos de homenagem a Mário Soares, que considerou um marco da institucionalização da democracia.
Com Mário Soares ao seu lado, o primeiro-ministro declarou: "O Governo foi curto, mas felizmente a sua vida é longa. Longa na resistência à ditadura, longa na forma como soube defender a revolução das ameaças à liberdade".
"Longa na capacidade que teve de assegurar o fim do colonialismo e a nossa integração na União Europeia, longa na capacidade que teve de consolidar a nossa democracia, longa na capacidade que teve de garantir a reconstrução económica do país", acrescentou.
Num discurso de dez minutos, o primeiro-ministro recordou que quando o I Governo Constitucional caiu Mário Soares disse "que se sentia livre como um passarinho".
"E é por Mário Soares ter encerrado o seu I Governo Constitucional livre como um passarinho que o decidimos homenagear aqui precisamente neste jardim. Um jardim cheio de árvores", justificou, referindo que "ele é um grande amante das árvores".
Segundo o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, "essa é a grande definição do doutor Mário Soares: será sempre um passarinho em liberdade".
Texto c / Lusa