Sondagem dá maioria absoluta à esquerda

por RTP
Seguro obteria uma dianteira clara, mesmo sem ganhos espectaculares de votação Lusa

Se se realizassem agora eleições, o PS ficaria sete pontos percentuais à frente do PSD. A soma dos partidos de esquerda e centro-esquerda (BE, CDU e PS) ficaria 24 pontos percentuais à frente da soma de direita e centro-direita (CDS e PSD). Essa é, pelo menos, a conclusão de uma sondagem levada a cabo pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica, para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias.

Segundo as conclusões que o CESOP extrai da sondagem, o PSD sofre em relação ao barómetro anterior uma quebra substancial, na ordem dos 12 por cento, que coloca o PS na dianteira com uma folgada margem de sete por cento. No entanto, as maiores transferências de voto não se verificam do PSD para o PS, antes engrossando o número de votos brancos e nulos (11 por cento) e beneficiando alguma coisa as duas forças políticas mais à esquerda (CDU e BE).  Os brancos e nulos atingem o máximo de qualquer sondagem dos últimos anos.

O CDS mantém aproximadamente a sua votação, ficando em quinto e último lugar dos partidos e coligações com assento parlamentar. A soma do CDS com o PSD não consegue superar a votação do PS (ambas, soma e votação do PS a cifrarem-se em 31 por cento).

PS - 31%
PSD - 24%
CDU - 13%
BE - 11%
CDS - 7%
Outros – 3%
A quebra da votação do PSD está relacionada com a quebra da popularidade do Governo: se numa sondagem de Junho ainda havia 25 por cento dos inquiridos a avaliá-lo de forma positiva, essa percentagem caiu agora para 16 por cento. As avaliações negativas sobem, com relativa moderação, de 67 para 77 por cento. No entanto, a maior parte desta subida regista-se nas opiniões que dão o desempenho do Governo como “muito mau” (saltam de 30 para 42 por cento).

Parte das pessoas inquiridas foi, entretanto, suavizando a imagem que tinha, pelo menos em termos relativos, do Governo de Sócrates: em Junho havia ainda 30 por cento a considerá-lo pior do que o de Passos Coelho e 24 por cento a considerá-lo melhor, tendo-se as posições invertido nesta sondagem do CESOP.

E também as expectativas para o futuro próximo mostram uma perda de confiança na capacidade regenerativa do Governo de Passos Coelho: se em Junho 27 por cento ainda pensavam que a governação iria melhorar contra outro tanto a pensar que iria piorar, agora são apenas 19 por cento a ter esperança em melhores dias e 37 por cento a pensar que o Governo irá de mau a pior.

Na governação por áreas, o Governo só obtém nota positiva em matéria de política europeia de 63 por cento das pessoas inquiridas. Em todas as restantes áreas sofre a sorte dos cábulas: na Saúde é chumbado por 65 por cento, na Segurança Social por 69, na Educação por 62, na política de emprego por 86 e na política económica por 78 por cento. Em todo o caso, a média de muitas avaliações negativas e de algumas avaliações fortemente positivas dá em algumas áreas resultados positivos (Saúde, Segurança Social e Educação).

Ficha Técnica
Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 15, 16 e 17 de setembro de 2012. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram obtidos 1132 inquéritos válidos, sendo que 60% dos inquiridos eram do sexo feminino, 34% da região Norte, 22% do Centro, 29% de Lisboa e Vale do Tejo, 8% do Alentejo e 7% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 40,1%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1132 inquiridos é de 2,9%, com um nível de confiança de 95%.

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