As páginas, que são arrancadas para fazer de filtro, contêm prata ou cobre que matam as bactérias. Um livro capaz de tornar a água pontável está a mostrar-se eficaz nas primeiras experiências em campo.
As nanopartículas de prata e de cobre presentes nas páginas impedem a passagem das bactéricas.
O “livro potável” é feito com papel tratado, no qual estão as informações sobre como e porque é que a água deve ser filtrada. As instruções são dadas em inglês e na língua local.
“É direcionado para as comunidades nos países em desenvolvimento”, afirmou Teri Dankovich. “Tudo o que precisa de fazer é arrancar uma página, colocá-la num suporte de filtro simples, derramar a água nele e sai limpa – as bactérias morrem”, explicou à BBC.
O investigador da Universidade Carnegie Mellon desenvolveu e testou a tecnologia para o livro ao longo de vários anos.
Uma página e 100 litros de água
As experiências mostraram que uma página pode filtrar até 100 litros de água. Isto significa que um livro poderá limpar o equivalente ao consumo de água de uma pessoa durante quatro anos.
As amostras de água analisadas perderam 99 por cento das bactéricas, em média. Nalguns casos a percentagem chegou aos 100.
#GoodNews | Now a book that filters water at a low cost http://t.co/Aa1CaZLoFX pic.twitter.com/0DF2lYF5lH
— The Indian Express (@IndianExpress) August 17, 2015
Anteriormente, Dankovich testou o papel em laboratório, usando água contaminada artificialmente. O sucesso das análises resultou em parcerias com as organizações Water is Life e iDE.“É realmente emocionante ver que o trabalho do papel não é apenas utilizado em laboratório, mas também é um sucesso em fontes de água reais que as pessoas estão a usar”, disse o cientista.
“Estamos impressionados com o desempenho do papel, é capaz de matar quase todas as bactérias das amostras”, acrescentou.
“Nas mãos das pessoas”
A próxima etapa da investigação é pedir aos moradores locais para testarem o produto. Os investigadores estão a tentar aumentar a produção do papel, que atualmente é feito à mão.
“Precisamos de o pôr nas mãos das pessoas para ver que efeito vai ter. Há tanta coisa que se pode fazer quando se é cientista”, contou Teri.
Na prática, a equipa está a tentar segurar os filtros em kolshis – frascos de metal que são usados como recipientes para a água.
“Há um grande interesse no desenvolvimento de novos produtos para o tratamento de água”, disse à BBC Daniele Lantagne, engenheira ambiental.