Macau

Um belo filme americano dos anos 50, iluminado por um grande elenco: Robert Mitchum, Jane Russell e Gloria Grahame

A bordo de um navio que se dirige de Hong Kong para o então território português de Macau, encontram-se Lawrence Trumble, um detective de Nova Iorque disfarçado de comerciante, Julie Benson, uma bela aventureira e cantora de "night-club", e Nick Cochran, um americano errante que não pode regressar aos Estados Unidos devido a uma acusação judicial relacionada com um tiroteio. O detective tem a missão de tentar comprometer Halloran, uma personagem do submundo e proprietário de um casino contra quem nunca foram encontradas provas das suas actividades ilícitas. Na sequência de várias peripécias, Julie e Nick apaixonam-se. Ela consegue trabalho como cantora no casino de Halloran e Nick é tomado pelo detective. Um itinerário de violência, traições e perseguições, que termina com a captura e incriminação de Halloran, a morte de Trumble e o casal reunido, sendo Nick ilibado das suas anteriores acusações.
Celebrado como um dos mais delirantes criadores da História do Cinema, Joseph von Sternberg definiu-se um dia como um manipulador de imponderáveis. "Macau", que data de 1952 e foi o seu penúltimo filme, é a prova provada dessa afirmação, com todo o seu rosário de incidentes e problemas, que levou inclusivamente o próprio Sternberg a ser substituido na realização por Nicholas Ray, embora o seu nome não figure no genérico. Seja como for, esta sinuosa, fascinante e envolvente história romântica de sabor policial, é claramente um filme marcado pelo estilo e pelo talento de Sternberg. Uma história de imponderáveis, que se desenrola em Macau, paraíso do jogo e de outros vícios legais e ilegais, onde um homem e uma mulher se apaixonam no meio das maiores complicações. Sem se saber muito bem o que filmou Sternberg e o que Ray terá modificado, "Macau" é, apesar de tudo, um dos mais belos filmes americanos dos anos 50, iluminado por um grande elenco, onde se destacam as presenças de Robert Mitchum, Jane Russell e Gloria Grahame.