Ep. 4 19 Abr 2018
Na alvorada do liberalismo, as ideias do iluminismo também chegam a Portugal pela mão dos «afrancesados» e pelas tropas do exército francês. Sobre os escombros da Guerra Peninsular ergue-se um estado constitucional, embora dominado pela instabilidade político-social que resulta da proclamação da independência do Brasil por D. Pedro e das lutas que se seguiram entre liberais e absolutistas. A divergência entre estes é responsável pelos frequentes conflitos armados e pela apresentação de modelos constitucionais diferentes: ora de liberalismo democrático - defensor do alargamento do direito de sufrágio e do parlamentarismo puro com uma câmara apenas - ora do Liberalismo conservador que defendia uma maior intervenção do Rei e a existência de duas câmaras de representantes. É também neste período que surgem várias famílias políticas que darão origem a dois partidos monárquicos: o Progressista Histórico e o Partido Regenerador, que se vão alternar no governo a partir de meados do século 19, surgindo no seu final o Partido Republicano. Durante o período constitucional monárquico, os portugueses tornam-se cidadãos e passam a ver defendidos os seus direitos civis individuais. A instituição da monarquia constitucional em 1822, e as suas três constituições, garantiram aos cidadãos portugueses direitos fundamentais, que vigorarão até à revolução de 1910, a qual transforma uma das mais antigas monarquias europeias numa república.