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Covid-19. Israel vai dar terceira dose da vacina a maiores de 60 anos

por Andreia Martins - RTP
Sebastian Scheiner - Reuters

Israel vai começar a administrar uma terceira dose da vacina Pfizer/BioNTech a pessoas com 60 anos ou mais. O anúncio foi feito na quinta-feira pelo primeiro-ministro Naftali Bennett, que citou o risco crescente da variante Delta.

A “campanha de vacinação complementar” vai começar no próximo domingo para os israelitas com mais de 60 anos que receberam uma segunda dose da Pfizer há mais de cinco meses.

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, com 60 anos, será o primeiro a receber uma dose de reforço já esta sexta-feira.

Com este anúncio, Israel torna-se no primeiro país a disponibilizar, em larga escala, uma terceira dose da vacina contra a Covid-19.

Muitos dos infetados com a nova variante Delta em Israel são pessoas que já estavam vacinadas contra a Covid-19, num país que vacinou rapidamente a sua população logo nos primeiros meses de 2021.

Na quarta-feira, a Pfizer afirmou que uma terceira dose da vacina pode aumentar “fortemente” a proteção contra a variante Delta, inicialmente detetada na Índia e que atualmente é predominante em diversos países, nomeadamente em Portugal.

Por exemplo, na faixa etária entre os 65 e os 85 anos, o grupo farmacêutico indicou que, após a terceira inoculação, os níveis de anticorpos aumentaram 11 vezes. A empresa farmacêutica também já recomendou a toma de uma terceira dose da vacina nos Estados Unidos.

Ainda assim, a questão das terceiras doses é polémica mesmo entre os cientistas. A maioria dos estudos indica que a imunidade resultante das vacinas da Pfizer/BioNTech e Moderna é duradoura.

Os peritos estão ainda a analisar os dados recentes vindos de Israel, que sugerem um declínio na eficácia da vacina Pfizer-BioNTech meses após a inoculação.

Desde junho que o país tem registado um aumento constante do número diário de novos casos, ainda que os valores estejam longe da terceira onda que atingiu Israel em janeiro.

Também o número de doentes internados permanece relativamente baixo: na quinta-feira, 159 pessoas estavam internadas com Covid-19, longe dos máximos de mais de 2.000 pessoas no auge da pandemia, em janeiro.

“A batalha contra a Covid é um esforço global”, disse o primeiro-ministro Naftali Bennett. No entanto, a questão da terceira dose é polémica também porque pode vir a atrasar ainda mais a vacinação nos países com menos doses. Por isso mesmo, a eventual inoculação de terceiras doses já foi amplamente criticada pela própria Organização Mundial da Saúde.

Com a terceira dose da vacina a ser aplicada em países mais desenvolvidos, capazes de pagar preços mais elevados pelas inoculações às farmacêuticas, alarga-se o fosso entre países mais ricos e os países mais pobres, à medida que grande parte da população nestes últimos não foi ainda sequer inoculada com uma primeira dose.

Em Portugal, o Infarmed descarta para já a distribuição de terceiras doses, enquanto o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que essa situação será "inevitável".

c/ agências
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