O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Nabian, investido pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje estar curado da infeção por covid-19 e pediu aos guineenses para levarem o vírus a sério.
Em declarações aos jornalistas, à saída da unidade hoteleira onde esteve em quarentena, Nuno Nabian disse está "livre do vírus" na sequência de um teste a que foi submetido, na terça-feira, e que ainda hoje volta para a sua residência.
"Estou em condições de voltar ao meu trabalho e assumir as minhas muitas responsabilidades enquanto primeiro-ministro", disse Nuno Nabian.
O político afirmou que se curou com uma medicação feita com base na medicina convencional e caseira, nomeadamente um chá de alho, gengibre e limão que tomava até cinco vezes ao dia.
Nos primeiros dias de infeção, Nuno Nabian disse ter passado "por um mau bocado", com febre que chegou aos 38 graus, mas que graças ao tratamento conseguiu ultrapassar.
O dirigente agradeceu o trabalho da equipa médica que tem seguido diariamente mais de 300 pessoas, entre membros do Governo, jornalistas, pessoal da segurança, enfermeiros e médicos, confinados num hotel de Bissau.
"Queremos dizer à população que esta doença é real e é preciso respeitar as orientações do Ministério da Saúde. O vírus é real, há pessoas a morrerem noutras partes do mundo", sublinhou Nabian.
O político enalteceu o facto de até hoje o país registar apenas dois óbitos por causa da covid-19 e prometeu que o Governo irá trabalhar no sentido de adquirir máscaras, que vão passar a ser de uso obrigatório pela população guineense.
Nuno Nabian disse que o Governo e o Presidente guineense, Sissoco Embaló, estão a trabalhar para evitar que a doença se propague no país, mas acusou "algumas pessoas de estarem a remar no sentido contrário".
O número de infeções devido à covid-19 na Guiné-Bissau aumentou hoje para 564, mantendo-se os dois mortos, de acordo com os dados divulgados pelo Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES) guineense.
No âmbito do combate à pandemia, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, prolongou, pela segunda vez, o estado de emergência no país até 11 de maio.
Para fazer face ao novo coronavírus, as autoridades guineenses encerraram também as fronteiras, serviços não essenciais, incluindo restaurantes, bares e discotecas e locais de culto religioso, proibiram a circulação de transportes urbanos e interurbanos e limitaram a circulação de pessoas ao período entre as 07:00 e as 14:00 horas.
O número de mortos devido à covid-19 em África ultrapassou hoje os dois mil (2.012), com mais de 51 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 263 mil mortos e infetou cerca de 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.