Academia de Hollywood expulsa Bill Cosby e Roman Polanski

por RTP
Bill Cosby aguarda sentença por agressão sexual agravada. Brendan McDermid, Reuters

A conduta sexual do actor Bill Cosby e do realizador Roman Polanski abriram caminho à decisão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, o órgão responsável pela atribuição dos Óscares. Decisões que se seguem à expulsão do produtor independente Harvey Weinstein, que em 2017 se soube estar envolvido num historial de décadas de abusos, escândalo que levou à adopção de uma preocupação ética por parte da Academia.

O actor norte-americano Bill Cosby e o realizador franco-polaco Roman Polanski são as primeiras vítimas do Código de Conduta adoptado em dezembro passado, na ressaca do caso Weinstein. Um novo livro de regras onde se determina que a Academia não é lugar para “pessoas que abusam dos seus estatutos, poder ou influência de uma forma que viola os padrões da decência”.

A expulsão, de acordo com o comunicado da Academia, foi aprovada “na terça-feira à noite numa reunião do Conselho de Governadores”.

“O Conselho continua a encorajar padrões éticos que exigem que os membros defendam os valores da Academia de respeito pela dignidade humana”, pode ler-se no texto divulgado esta quinta-feira.
Bill Cosby drogou mulher antes de a violar
Bill Cosby foi considerado culpado no caso em que estava acusado de drogar e abusar sexualmente de uma mulher na sua mansão de Filadélfia, em 2004. Em abril, o actor agora com 80 anos foi considerado culpado de agressão sexual agravada, aguardando em liberdade a sentença que deverá ser conhecida no máximo dentro de três meses.

Treze mulheres testemunharam no julgamento contra Cosby. Todas elas disseram ter sido violadas pelo actor depois de este as ter drogado, um padrão que se terá repetido durante décadas. As denúncias de abusos remontam à década de 1960 e prescreveram entretanto.

No julgamento, entre as testemunhas chamadas pela justiça estavam 13 mulheres que acusam Cosby de as ter drogado para depois abusar delas sexualmente, um comportamento considerado "um padrão" repetido durante décadas.

Entre as alegadas vítimas, há aspirantes a atrizes, uma assistente de bordo, uma empregada de limpeza e uma massagista.
Polanski enfrenta acusação antiga
A primeira acusação tem a ver com um caso de 1977, e que Polanski não nega. O realizador de 84 anos reconheceu ter tido relações sexuais com Samantha Geimer, quando esta tinha 13 anos.

Décadas depois, em 2010, a atriz britânica Charlotte Lewis acusou Polanski de a forçar a ter sexo com ele quando tinha 16 anos. E outras queixas se seguiram.

Em 2017, em pleno movimento que envolveu centenas de personalidades do mundo da arte e da indústria do cinema, duas outras mulheres vieram também acusar o realizador: ‘Robin’ (é assim que é identificada) diz ter sido vítima em 1973 de agressão sexual, tinha 16 anos. E Renate Langer, que diz ter sido vítima de violação quando tinha 15 anos.
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