Inês Pedrosa e Maria João Seixas conheceram muito bem Agustina Bessa-Luís.
Para Inês Pedrosa, é mesmo através dos livros que se pode conhecer a mulher "singular, múltipla e una" que era Augustina.
Com destaque para o "humor", que era uma "característica dela, fundamental" e que muitas vezes não é referida.
"Era descuidada, desassossegada e com um sentido de humor extraordinário", "e com um sentido de ajuda aos outros também muito forte", acrescenta Inês Pedrosa.
Maria João Seixas, ex-diretora da Cinemateca, lembra uma mulher que "não tinha balizas, inclassificável, de uma liberdade fértil, incansável".
Agustina também tinha uma capacidade de "radiografar" os outros através das suas vidas e era "muito coquette", afirma Maria João.
"Guiava-se mais pelo carácter das pessoas do que pela ideologia", concordam ambas as convidadas de João Adelino Faria, recusando classificar Agustina Bessa-Luís como de direita ou de esquerda.
"Gostava muito do fenómeno político" e, se não fosse escritora seria uma boa primeira-ministra, recordam.