Arquitetos criam programa de auxílio para zonas afetadas por catástrofes

por Lusa

Lisboa, 26 jun (Lusa) -- A Ordem dos Arquitetos abriu inscrições para uma bolsa de voluntariado, que surge como parte de um programa que irá incluir medidas de auxílio a famílias e municípios afetados por catástrofes, foi hoje anunciado.

Num comunicado hoje divulgado, a Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos adianta que, em conjunto com a Secção Regional Sul, está a "preparar um programa que inclua medidas de auxílio às famílias e aos municípios afetados pela catástrofe".

"O objetivo é criar um serviço vocacionado para, no futuro, apoiar o processo de reconstrução de alojamento e de espaço público, sempre que aconteçam tragédias de inusitadas proporções. As medidas compreenderão, nomeadamente o lançamento de uma Bolsa de Arquitetos e uma Bolsa de Materiais de construção de apoio a emergências", lê-se no comunicado.

Os interessados em aderir à bolsa "Arquitetos Voluntários de Apoio a Emergências - AVAE", podem fazê-lo através do email: voluntarios.arquitectos@oasrn.org.

A bolsa irá "estruturar a disponibilidade demonstrada por profissionais para trabalhos de análise técnica das construções afetadas por calamidades, para o encontro de soluções técnicas que garantam o regresso das famílias às suas habitações e à apropriação do espaço público com segurança".

Já a bolsa de materiais irá "articular e promover a angariação de materiais de construção que auxiliem o processo de reconstrução das zonas atingidas".

"Os recursos técnicos e materiais gerados por estas iniciativas serão postos ao dispor dos municípios mais atingidos (neste caso já contactados), de forma a realizar um trabalho articulado e útil com estas entidades e que possa ter reflexos positivos no terreno", refere a Ordem dos Arquitetos.

O programa e respetivo regulamento serão divulgados "o mais breve possível".

As secções regionais Norte e Sul da Ordem dos Arquitetos querem que esta iniciativa "seja um contributo de esperança e resiliência para o futuro das populações de Pedrógão Grande, de Figueiró dos Vinhos e de Castanheira de Pêra".

Os incêndios que deflagraram na região Centro, há uma semana, provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foram dados como extintos no sábado.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

A área destruída por estes incêndios - iniciados em Pedrógão Grande, no distrito de Leira, e em Góis, no distrito de Coimbra - corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.

Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.

O incêndio de Góis, que também começou no dia 17, atingiu ainda Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais.

Tópicos
pub