Cinco artistas urbanos portugueses levam obras ao centro de Roma

por Lusa

Lisboa, 16 jan (Lusa) -- O artista urbano Bordalo II estará na próxima semana em Roma, onde irá criar uma obra na estação de São Pedro, no âmbito do projeto "Forgotten", no qual participam outros quatro portugueses, e que vai culminar numa exposição.

Bordalo II, que se destacou nacional e internacionalmente ao criar em paredes obras de arte a três dimensões a partir desperdícios, é o terceiro artista português a participar no projeto de Alessandra Arpino e Hugo Dias, que se desenvolve em "locais esquecidos" ("forgotten"), no centro de Roma.

A escolha de cinco artistas portugueses deveu-se à falta de obras lusas, nas "muito apreciadas" paredes pintadas de Roma, contou à Lusa Alessandra Arpino.

"Como havia uma falha de arte urbana portuguesa, escolhemos cinco artistas, muito diferentes em termos de estilo e técnica, para darem ao público romano uma imagem do que se faz em Portugal. Todos eles são muito novos, mas preparados para uma audiência global", disse uma das responsáveis do "Forgotten".

No ano passado estiveram em Roma addfuel (Diogo Machado), que, com recurso ao `stencil` (pintura com moldes), reinventou o azulejo, e Frederico Draw, conhecido pelos rostos que cria utilizando latas de `spray`. Ainda este ano irão deslocar-se a Roma Miguel Januário, com o projeto maismenos, e Daniel Eime.

Addfuel inaugurou o "Forgotten" com o mural "This Connection", perto da Piazza del Popolo, que "explora a ligação estética entre os azulejos de padrão português e os mosaicos em estilo cosmati romano".

Depois foi a vez de Frederico Draw, que escolheu retratar, na fachada da antiga Fábrica Mira-Lanza, o cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, "a partir de uma fotografia em que o seu olhar, tantas vezes pensativo, transmite uma esperança invulgar".

Em cada participação há um tópico. No caso de Bordalo II, os responsáveis escolheram "pequenas e antigas estações".

"Escolhemos a estação de São Pedro, para falar de uma metamorfose profunda das áreas urbanas: a principal estação ferroviária para chegar a Roma, construída no início do século XIX, e naquela altura situada nos arredores da cidade, tornou-se muito central com a expansão da metrópole e é hoje em dia utilizada para transportes locais e suburbanos", explicou.

O projeto vai culminar com uma exposição no MACRO -- Museu de Arte Contemporânea de Roma.

É financiado maioritariamente através de doações e da venda de serigrafias dos artistas, tem ainda o apoio de diversas instituições locais italianas, da Embaixada de Portugal, e o patrocínio da TAP Portugal.

JRS // MAG

 

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