Costa convoca Saramago e as raízes goesas no fecho da Feira do Livro de Guadalajara

por Lusa

Guadalajara, México, 02 dez (Lusa) -- O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que a presença de Portugal na Feira do Livro de Guadalajara (México), que hoje termina, "foi o projeto prioritário da diplomacia cultural portuguesa no último ano".

Discursando na cerimónia de encerramento da feira, António Costa disse que esta "travessia literária", da participação de Portugal na feira de Guadalajara, tem "desígnios claros" e estava pensada há pelo menos uma década: "Multiplicar as possibilidades de o México e os mexicanos conhecerem Portugal".

Para o primeiro-ministro português, a literatura e as artes -- presentes num programa cultural português alargado durante uma semana em Guadalajara -, são "fatores de identidade, são matéria mediadora", sendo o México um "parceiro incontornável com o qual Portugal está empenhado em reforçar e ampliar as modalidades de cooperação".

No discurso de encerramento, António Costa convocou ainda a obra de José Saramago, escritor que teve uma antiga relação de proximidade com o México e com esta feira do livro, a maior da América Latina, dizendo: "Chegamos sempre ao sítio onde nos esperam".

Recordando os 20 anos desde que José Saramago recebeu o Nobel da Literatura, e o discurso proferido em Estocolmo, o primeiro-ministro disse que "a literatura e o conhecimento têm um poder fulgurante para, no intervalo curto de duas gerações, transformar a vida e, ao fazê-lo, transformar o mundo".

A cerimónia de fecho da feira do livro serviu também para uma passagem de testemunho de Portugal para a Índia, país convidado de 2019.

António Costa recordou a ascendência indiana -- o que causou um ligeiro burburinho de espanto na plateia - e sublinhou que Portugal tem "uma profunda e contínua ligação histórica e cultural" com a Índia, um país que "tantas vezes foi lugar de idas e vindas da literatura escrita em português".

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