Escritora irlandesa Maggie O`Farrell vence Women`s Prize for Fiction com "Hamnet"

por Lusa

O romance "Hamnet", da escritora irlandesa Maggie O`Farrell, inspirado na morte do filho de William Shakespeare aos 11 anos, venceu o Women`s Prize for Fiction deste ano, foi hoje anunciado.

Com esta vitória, Maggie O`Farrell deixa para trás outras fortes candidatas, como Bernardine Evaristo, com "Rapariga, Mulher, Outra" (vencedor do Prémio Booker e de duas categorias do British Book Awards), e de Hilary Mantel, com "O espelho e a luz", de Hilary Mantel (que também foi finalista do Booker), foi hoje anunciado.

As outras obras finalistas ao Women`s Prize for Fiction, galardão que assinala 25 anos, foram "Dominicana", de Angie Cruz, "A Thousand Ships", de Natalie Haynes, e "Weather", de Jenny Offill.

Para Martha Lane Fox, presidente do júri, "Hamnet" é um trabalho de ficção "verdadeiramente fantástico" e um "excecional vencedor".

Esta obra "expressa algo de profundo sobre a experiência humana, que parece ser tanto extraordinariamente atual como duradouro", acrescentou.

"Hamnet" é uma história fictícia inspirada na morte do filho do dramaturgo inglês Shakespeare, o único rapaz, de nome Hamnet, que morreu aos 11 anos, de causa desconhecida, e cuja morte se acredita ter inspirado o pai a escrever "Hamlet".

O oitavo romance de Maggie O`Farrell é um estudo sobre o luto, que começa com a morte de Hamnet e mergulha depois na relação entre a mãe, Agnes, e o pai, o famoso poeta e dramaturgo britânico.

Maggie O`Farrell tem cinco livros publicados em Portugal, o último dos quais editado pela Elsinore em 2018, um conjunto de histórias que relatam encontros com a morte, intitulado "Estou viva, estou viva, estou viva".

O júri deste ano era ainda composto pelas autoras Scarlett Curtis, Melanie Eusebe, Viv Groskop e Paula Hawkins.

Dirigido pela romancista Kate Mosse, o Women`s Prize for Fiction tem por objetivo reconhecer a ficção escrita por mulheres em todo o mundo.

Criado em 1992, em Londres, capital britânica, por um grupo de homens e mulheres jornalistas, críticos, agentes, editores, bibliotecários e livreiros, o prémio foi uma resposta ao facto de, no ano anterior, a lista de finalistas do prestigiado prémio literário Booker Prize não ter incluído uma única mulher.

Aliás, em 1992, apenas dez por cento das finalistas ao Booker Prize tinham sido mulheres.

A residência ou o país de origem não são critérios de elegibilidade para o Women`s Prize for Fiction, que celebra a criatividade feminina.

A vencedora recebe um prémio monetário no valor de 30 mil libras (perto de 33 mil euros).

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