Lisboa, 18 set 2019 (Lusa) - Uma vídeo-instalação de Irineu Destourelles, com quatro vídeos inéditos sobre uma reflexão crítica e poética da "experiência violenta da diáspora", vai ser inaugurada a 26 de setembro, no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
De acordo com a fundação, a exposição tem como título "Subtitulizar", e apresenta quatro vídeos realizados especificamente para esta ocasião, que traduzem a experiência pessoal do artista, natural da ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, a viver e a trabalhar entre Edimburgo e Londres.
O artista explora a perpetuação de práticas e valores coloniais e o seu impacto na formação das relações sociais e de poder, em que a experiência da violência discursiva é central, indica um texto divulgado pela Gulbenkian.
Irineu Destourelles trabalha no cruzamento entre a imagem em movimento e a escrita, pontuada pelo desenho e pela pintura.
O título constitui um neologismo criado pelo artista que evoca a habitual presença dos subtítulos (legendas) em português nos filmes estrangeiros, no cinema e na televisão, "uma memória nostálgica dos tempos da infância".
A presença constante dos subtítulos amplia a relação entre a imagem e o texto falado, propondo um "terceiro texto", nesta relação do espectador com o filme.
"Esta é também uma ação que implica uma permanente tradução, negociação difícil entre estruturas linguísticas e culturais, que se aproxima da experiência da diáspora face à dualidade linguística, cultural e geográfica, acompanhada pela sensação de perda (de queda), de diferença e de oposição", acrescenta o texto sobre a exposição, que tem curadoria de Rita Fabiana.
Irineu Destourelles estudou na Willem de Kooning Akademie, em Roterdão, na Holanda, e no Central St. Martin`s College of Art and Design, em Londres, no Reino Unido.
"Subtitulizar", que é inaugurada no dia 26, às 18:30, vai estar patente até 06 de janeiro 2020 no Museu Calouste Gulbenkian, Coleção Moderna -- Espaço Projeto, com entrada livre.
