Mangualde avança com projeto com base na escritora Ana de Castro Osório

por Lusa

A Câmara de Mangualde apresentou hoje um projeto com base na escritora Ana de Castro Osório e a primeira iniciativa estará pronta este ano e tem um investimento de 500.000 euros.

"Até ao final do verão vamos abrir o único parque da cidade que vai ter o nome de Ana de Castro Osório. Esse parque urbano, que tem um investimento de meio milhão de euros, será temático, direcionado às crianças, tendo em conta que a escritora é a mãe da literatura infantil", anunciou o presidente da Câmara de Mangualde.

Marco Almeida acrescentou que ainda este ano haverá "um conjunto de iniciativas, como uma biblioteca itinerante, tal como tinha a [Fundação] Gulbenkian, além de atividades culturais, a decorrer desde janeiro, intituladas `Dias de Festa`, tal como o nome de um dos livros" da escritora.

"Projetado para o início de 2025 está a primeira edição do Festival de Literatura Infantojuvenil, único no país, e será em Mangualde, terra Natal de Ana de Castro Osório, que queremos que seja a nossa grande marca", anunciou Marco Almeida.

Estas iniciativas fazem parte do projeto intitulado Mangualde -- Cidade das Histórias, da autoria de Rosabela Afonso, apresentado em 2016, mas que por uma "série de contratempos só arrancaram algumas ideias" de âmbito cultural.

O projeto, pensado para ser concretizado em diferentes fases ao longo do tempo, "arranca agora a outra velocidade com um concurso direcionado aos estudantes para a realização de uma escultura" de Ana de Castro Osório, avançou a mentora, Rosabela Afonso.

"Na segunda fase, prevejo, no mínimo, dois comboios temáticos, a construção de coretos para música, a remodelação do teatro da cidade e também outros espaços para instalar o `palácio das fadas`, o `palácio das magias` e o `castelo dos bravos`", apontou.

Palácios e castelos que servirão para "oficinas de trabalhos manuais, como os bordados tradicionais" do concelho, onde "serão passados conhecimentos aos mais novos" ou espaços de diversão e atividades como judo ou esgrima.

"Há ainda o `Mosteiro das gemas, claras e chocolate`, uma ideia de inclusão numa alusão e apelo à fraternidade e amizade multirracial entre todas as raças, géneros e religiões", avançou a mentora.

Esses espaços "terão vida, com concertos, teatro, `workshops`, restaurantes com gastronomia e doçaria" num projeto que "pretende ser abrangente, cultural, educacional, mas também turístico e social, já que a ideia é promover emprego, atrair turistas e desenvolver" Mangualde.

Um desenvolvimento que o presidente Marco Almeida defendeu que seja "com base nesta marca `Mangualde -- Cidade das Histórias`, já que Ana de Castro Osório deixa um legado enquanto escritora, mas também na sociedade, na luta pelos direitos das mulheres e, inevitavelmente, é uma oportunidade para o concelho".

"A sua marca é mais do que um nome, é um símbolo de coragem e determinação e, ao trabalharmos este projeto, não homenageamos só o trabalho de uma mulher extraordinária, reafirmamos também o nosso compromisso em construir uma história que possa ser contada em cada canto do concelho", defendeu.

E, ao mesmo tempo, "que sirva de lembrete constante" de que cada cidadão "tem o poder de fazer a diferença e construir o futuro através do nobre exemplo" de Ana de Castro Osório.

"A ideia é ser um projeto vivo em permanente crescimento e poder dar uma outra estrutura aos mais jovens, para que cresçam mais fortalecidos com a mais-valia que a cultura e o conhecimento trazem, assim como o amor pela leitura, porque, como disse Mário Quintana, os livros não mudam o mundo, mudam os Homens e os Homens mudam o mundo e esta é a minha ambição", reconheceu Rosabela Afonso.

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