Morte de António Tabucchi: Graça Moura lamenta morte de "um dos maiores ficcionistas contemporâneos"

por Lusa

Lisboa, 25 mar (Lusa) -- O presidente do Centro Cultural de Belém, Vasco Graça Moura, lamentou hoje a morte do escritor italiano Antonio Tabucchi, que considerou "um dos maiores ficcionistas contemporâneos".

"É uma grande perda. Faz-me muita impressão", disse à Lusa o presidente do conselho de administração do Centro Cultural de Belém, que era amigo de Tabucchi há 32 anos.

Antonio Tabucchi foi um "romancista muito importante" e um "especialista e grande divulgador de Fernando Pessoa em Itália", destacou Graça Moura.

"Era um dos maiores ficcionistas contemporâneos, com uma obra muito versátil", alguma "com temática portuguesa", sustentou o poeta e tradutor, que recordou que, apesar de ser italiano, Tabucchi falava fluentemente português e, como tal, tinha "um grande controlo" sobre a tradução dos seus livros. Apenas "Requiem" foi escrito em português.

Nas suas obras, o escritor "abordava a realidade com uma prosa enervada, tinha uma certa impaciência e ironia", e que fazia "descobrir relações novas entre nós e o Mundo".

Graça Moura recordou que editou, na Imprensa Nacional, dois livros de Antonio Tabucchi, um sobre Fernando Pessoa e a obra `Chamam ao Telefone o Sr. Pirandello`, e ainda uma fotobiografia sobre Fernando Pessoa, da autoria da sua mulher, Maria José Lancastre, e que contou com a colaboração do escritor.

António Tabucchi morreu hoje de manhã em Lisboa aos 68 anos, vítima de doença, e será sepultado na próxima quinta-feira na capital, disse à Lusa a sua mulher. O escritor "encontrava-se doente" e estava internado no Hospital da Cruz Vermelha.

 

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