OEI quer "monopólio do inglês" compensado com reforço de línguas ibéricas

por Lusa

O secretário-geral da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI), Mariano Jabonero, defendeu hoje à Lusa que o atual "monopólio do inglês" na área científica deve ser equilibrado com maior presença do espanhol e português.

Durante uma visita de dois dias a Lisboa hoje concluída, Jabonero apresentou a membros do Governo português e diplomatas de países ibero-americanos um relatório sobre o espanhol e o português na área científica.

"O objetivo é pôr em manifesto a necessidade de o espanhol e o português como línguas terem uma maior presença na criação científica e na educação científica e que nós vemos dentro do monopólio do inglês", apontou Jabonero em entrevista à agência Lusa, em Lisboa.

"É a primeira vez que se faz algo deste tipo sobre a presença do português e do espanhol na ciência, de modo que as nossas línguas tenham maior participação na região", indicou.

O secretário-geral da OEI encontrou-se com a ministra Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, numa apresentação onde também estiveram embaixadores de países ibero-americanos.

"O português é a quarta língua mais falada no mundo, tem uma presença muito forte. E nós somos, portugueses e espanhóis, a maior comunidade linguística do mundo e isso é fundamental", adiantou o dirigente da OEI, o maior organismo de cooperação multilateral entre países ibero-americanos de língua espanhola e portuguesa.

"Portugal é um país bem visto pela sua educação, é o país da União Europeia que, até 2022, mais melhorou a educação em toda Europa", frisou.

Jabonero realçou ainda os encontros com os ministros da Educação, João Costa, e da Cultura, Pedro Adão e Silva, transmitindo estar a "atualizar a agenda de trabalho" com aqueles governantes.

"Estamos a trabalhar em diferentes projetos de continuidade sobre educação e cidadania, fundamentalmente, sobre o que é a tecnologia digital na educação", disse, em relação à reunião com João Costa.

Com o ministro da cultura, referiu, está a ser pensado "construir uma nova agenda cultural de cooperação com Portugal", observou.

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