Parlamento aprova voto a assinalar centenário do nascimento de Eugénio de Andrade

por Lusa

O parlamento aprovou hoje, por unanimidade, um voto apresentado pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, em que se assinala o centenário do nascimento de Eugénio de Andrade, considerado um dos maiores poetas portugueses.

Neste voto, a Assembleia da República "saúda a comemoração do centenário do nascimento de Eugénio de Andrade, poeta maior da língua portuguesa, prestando homenagem à sua vida, à sua obra e ao seu legado".

No texto proposto por Augusto Santos Silva, recorda-se que Eugénio de Andrade, que nasceu em 19 de janeiro de 1923, era filho de camponeses, nasceu numa aldeia do concelho do Fundão, "tendo, ainda criança, ido morar para Lisboa, onde despontou o seu interesse pela literatura".

"Desde cedo, publicou poesia, tendo colhido, em 1948, o elogio da crítica com a obra As mãos e os Frutos. Ao longo de mais de duas dezenas de livros de poesia, veio a afirmar-se como um dos maiores poetas portugueses do século XX", salienta-se.

Refere-se depois que Eugénio de Andrade "manteve relações estreitas com poetas coevos, como Sophia de Mello Breyner Andressen, Jorge de Sena e Natália Correia, com quem partilhou a oposição ao regime do Estado Novo".

"Em 1950, mudou-se para o Porto, cidade que adotou e onde viria a morrer, em 2005, com 82 anos", assinala-se.

Ainda em relação ao legado de Eugénio de Andrade, realça-se que foi autor de "uma poesia cujas raízes mergulham no mundo mais elementar: o mundo da terra, da água, da luz e do vento"

"Eugénio de Andrade foi amplamente reconhecido pela sua obra, tanto em Portugal como no estrangeiro, recebendo múltiplos prémios e distinções, como o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant`Iago da Espada (1982) e a Grã-Cruz da Ordem de Mérito (1988), o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989), o Prémio Jean Malrieu para o melhor livro de poesia estrangeira editado em França (1989), o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (2000) ou a medalha de mérito cultural do Ministério da Cultura (2004), entre outros. Em 2001 recebeu o Prémio Camões e, em 2005, foi distinguido com o doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Porto", acrescenta-se.

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